SIC Notícias avança que os gerentes de supermercados portugueses e lusodescendentes foram libertados, ficando sujeitos a apresentações periódicas.
Os gerentes de supermercados portugueses e lusodescendentes que estavam detidos na Venezuela — acusados de violar as leis de preços no país — foram libertados, ficando sujeitos a apresentações periódicas. A notícia esta a ser avançada pela SIC Notícias.
O governo venezuelano garantiu no fim de semana que a lei era para ser cumprida, independentemente da nacionalidade dos visados. Mas o caso gerou uma crise diplomática. O Ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, referiu que teve uma conversa “dura” com o homólogo venezuelano acerca dos portugueses e lusodescendentes presos na Venezuela e indicou “linha vermelha” que poderá desencadear consequências diplomáticas.
O ministro dos Negócios Estrangeiros venezuelano, Jorge Arreaza, acedeu ao pedido português de “acesso imediato aos portugueses detidos por parte das autoridades consulares e embaixada portuguesa”, para “lhes ser garantida a devida proteção consular”, segundo o ministro português, que falou à imprensa na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque, na segunda-feira.
“Eu disse ao meu colega que para nós havia uma linha vermelha e que, evidentemente, não haver progressos na superação deste problema teria consequências nas relações bilaterais”, afirmou Augusto Santos Silva. O ministro comentou o caso de sete portugueses e cinco lusodescendentes detidos “por incumprimento de uma lei que é impossível de cumprir” e que se veem “objeto de iniciativas da parte das autoridades venezuelanas que põem em perigo a sua subsistência”.
Foi uma “conversa muito franca, mas muito dura, não escondo isso. Não se tratou de um encontro diplomático habitual”, disse Santos Silva, ao relatar o encontro de meia-hora que manteve à margem da ONU com Jorge Arreaza.
Os ministros confrontaram-se acerca de uma “iniciativa administrativa dirigida contra interesses portugueses na Venezuela”, denunciada por Augusto Santos Silva, nomeadamente contra “a pequena e média de distribuição”, mas negada pelo homólogo venezuelano.
O ministro venezuelano negou qualquer ação contra portugueses, explicando o caso como “uma detenção de gestores ou gerentes que não estavam a cumprir a lei, e que, portanto, estavam a açambarcar alimentos ou estavam a impedir que a população tivesse acesso a bens essenciais”, relatou o ministro português à imprensa.
Augusto Santos Silva disse que o plano de preocupação essencial quanto a Caracas é que “persistem centenas de milhares de portugueses e descendentes de portugueses que vivem na Venezuela (...)”, dos quais alguns estão em situação crítica do ponto de vista social e sanitário e outros ligados ao pequeno comércio, “que não podem ser objeto de iniciativas da parte das autoridades venezuelanas que põem em perigo a sua subsistência”.
O secretário de Estado das Comunidades visita no fim da próxima semana à Venezuela, segundo o ministro, que pediu que fosse organizada uma reunião com as autoridades diplomáticas venezuelanas e autoridades da tutela no domínio comercial e da segurança alimentar, com presença de empresários e gestores representando os interesses portugueses, para avaliar “in loco” as “condições efetivas para cumprir a lei que foi imposta agora pela Venezuela”. “Uma lei que, do nosso ponto de vista, não tem condições práticas para ser cumprida”, comentou o ministro português, com o argumento de que a lei “desafia a racionalidade económica”.
“Não é possível exigir que estabelecimentos comerciais tenham produtos quando a cadeia de fornecimento não funciona e não é possível exigir que estabelecimentos cumpram preços tabelados administrativamente que são inferiores aos custos que os estabelecimentos têm na provisão desses bens”, comentou o ministro português.
investimento captado através dos vistos 'gold' subiu 33% em agosto, face a igual período de 2017, para 45,7 milhões de euros, de acordo com os dados estatísticos do SEF.
O investimento captado através dos vistos ‘gold’ subiu 33% em agosto, face a igual período de 2017, para 45,7 milhões de euros, de acordo com os dados estatísticos do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).
Em agosto, o investimento resultante da Autorização de Residência para a atividade de Investimento (ARI), como também são conhecidos os vistos ‘gold’, atingiu 45.697.573 euros, uma subida de 33% em termos homólogos (em 2017 o valor foi de 34.280.143,19 euros) e um aumento de 75% face a julho deste ano.
Em agosto, segundo os dados, foram concedidos 82 ARI: quatro por transferência de capital, uma pela criação de, pelo menos, 10 postos de trabalho e 77 pela compra de imóveis. Um igual mês de 2017 tinham sido concedidos 58 vistos ‘gold’.
Do total de 77 vistos ‘dourados’ concedidos por via do critério da aquisição de imóveis, 15 resultaram de compra de imóveis para reabilitação urbana. Desde a atribuição do primeiro visto para reabilitação urbana — em julho de 2016 — foram concedidos 186 vistos ‘dourados’ mediante este requisito.
Nos primeiros oito meses do ano, o investimento captado através deste instrumento totalizou 555.843.001,98 euros, o que representa uma queda de 19,5% face a 2017.
Em termos acumulados — desde que os vistos ‘gold’ começaram a ser atribuídos, em 08 de outubro de 2012, até agosto último –, o investimento total captado ascende a 3.967.108.844,37 euros, dos quais 370.144.760,19 euros por via da transferência de capital e 3.596.964.084,18 euros pela aquisição de bens imóveis.
Desde a criação deste instrumento, que visa a captação de investimento, foram atribuídos 6.498 ARI: dois em 2012, 494 em 2013, 1.526 em 2014, 766 em 2015, 1.414 em 2016, 1.351 em 2017 e 945 em 2018. Em termos acumulados, foram concedidos 6.141 vistos pelo requisito da aquisição de bens imóveis, 345 por transferência de capital, e 12 pela criação de, pelo menos, 10 postos de trabalho. A China lidera a lista de ARI atribuídas (3.936 até agosto), seguida do Brasil (581), África do Sul (259), Turquia (236) e Rússia (227).
As novas regras para a obtenção de vistos ‘gold’, que alargaram os critérios de investimento para cidadãos fora da União Europeia a áreas como reabilitação urbana e ciência, entre outras, entraram em vigor em 03 de setembro de 2015.
Desde 2013 foram atribuídas 11.023 autorizações de residência a familiares reagrupados: 576 em 2013, 2.395 em 2014, 1.322 em 2015, 2.344 em 2016, 2.678 em 2017 e 1.708 em 2018.
O realizador Nelson Ponta-Graça apresenta a terceira produção da série documental Portuguese In. Filme será emitido na televisão portuguesa nos próximos meses.
Mais de 10% da população do Havai (EUA) descende de portugueses, "uma realidade quase desconhecida" e que é o foco do novo documentário do realizador Nelson Ponta-Garça, que estreia esta sexta-feira, 28 de Setembro.
Pouca gente imagina que existam tantos portugueses no Havai", disse à Lusa o realizador açoriano radicado na Califórnia. A estimativa é de que "mais de 10%" da população do arquipélago, que totaliza 1,428 milhões de habitantes, seja lusodescendente.
Com duração de 42 minutos, o documentário tem produção executiva da lusodescendente Marlene Hapai, directora do Imiloa Astronomy Center, e inclui mais de 40 entrevistas, desde líderes comunitários ao comediante Frank De Lima e ao cantor Glenn Medeiros.
A estreia do documentário coincide com a celebração dos 140 anos da chegada da primeira grande vaga de imigrantes portugueses ao Havai, que aconteceu a 30 de Setembro de 1878 a bordo do navio SS Priscilla. A maioria dos imigrantes era proveniente da Madeira e dos Açores, chegou entre 1878 e 1913 e foi para o arquipélago, então reino independente, trabalhar em plantações da cana do açúcar.
Do ukulele às malassadas
Ao contrário do que acontece com outras comunidades lusoamericanas, a diáspora portuguesa no Havai não manteve ligação com o território nem com a língua portuguesa, algo que se deve ao facto de o arquipélago ser "muito longe", explicou Ponta-Garça.
A influência portuguesa na ilha é visível no ukulele, que se baseia no cavaquinho, "na presença política" — em Maui os três mayors são de origem portuguesa — e nalguma gastronomia: é possível encontrar as típicas malassadas (bolo típico madeirense), com a grafia adaptada a "malasadas" e também há "pãó dôcé". Na cadeia de fast food McDonald's, o menu inclui salsichas portuguesas.
O documentário é uma co-produção RTP e será emitido na televisão portuguesa nos próximos meses, ainda sem data de estreia. Ponta-Garça contou ainda com o patrocínio da FLAD - Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento e do Governo Regional dos Açores, que se fará representar na estreia em Hilo, esta sexta-feira.
O Imiloa Astronomy Center, palco da estreia, está ligado à Universidade do Havai e faz parte da Night Sky Network da agência espacial NASA. Liderado por uma lusodescendente, Marlene Hapai, é "um dos mais conceituados de observação de estrelas em todo o mundo", disse Ponta-Garça. O primeiro imigrante português de que há registo no arquipélago é João (John) Elliott de Castro, que segundo a biblioteca do Congresso norte-americano chegou em 1814 e foi médico do rei Kamehameha.
Este filme é a terceira produção Portuguese In, que começou em 2014 com uma série documental de nove episódios sobre a diáspora na Califórnia, onde Ponta-Garça reside, e teve continuidade no ano passado com quatro episódios dedicados à imigração portuguesa na Nova Inglaterra. O realizador pondera ainda rumar à Flórida para se debruçar sobre a comunidade imigrante naquele estado, antes de terminar a série com uma produção de maior envergadura, Portuguese in America.
Crise agravada na Venezuela leva Jorge Carvalho a Lisboa
O secretário regional Jorge Carvalho, que tem a tutela das Comunidades no Executivo madeirense, reúne-se amanhã com o secretário de Estado José Luís Carneiro, em Lisboa. O encontro tem tudo a ver com o agravamento da situação em terras venezuelanas e surge antes da nova deslocação oficial a Caracas.
A deslocação do secretário de Estado das Comunidades, prevista para os primeiros dias de outubro, foi anunciada em Nova Iorque, onde o ministro português dos Negócios Estrangeiros se encontrou com o seu homólogo venezuelano a propósito da detenção de portugueses e lusodescendentes gerentes de supermercados na Venezuela, a maioria originária da Madeira.
CARNEIRO CHAMA CARVALHO
Precisamente para preparar a nova incursão a Caracas, o JM apurou que o secretário de Estado das Comunidades agendou para amanhã, em Lisboa, uma reunião com Jorge Carvalho, o governante madeirense com a tutela das Comunidades.
O nosso jornal está também em condições de confirmar que José Luís Carneiro e Jorge Carvalho têm estado em contacto regular, longe dos holofotes da Imprensa, sobretudo devido ao regresso intempestivo de milhares de luso-venezuelanos para a Região Autónoma da Madeira.
O encontro de amanhã em Lisboa terá como pano de fundo o problema mais recente numa Venezuela que não para de surpreender pela negativa: a detenção de 34 gerentes de duas cadeias de supermercados, a maioria madeirenses, no final da semana passada.
As famílias envolvidas vivem momentos de grande tensão e preocupação, face a mais este contratempo num país cada vez mais desgovernado. As detenções ocorreram em pelo menos duas grandes redes de supermercados – Central Madeirense e Excelsior Gama – ambas propriedade de empresários madeirenses.
Interrogado sobre a saída de portugueses e lusodescendentes da Venezuela, o ministro referiu que “não tem aumentado” e que a estimativa do Governo é que nos últimos dois anos “cerca de dez mil” tenham abandonado o país, “metade para Portugal, continente e, sobretudo, Região Autónoma da Madeira, e outros cerca de cinco mil para países limítrofes, o Panamá, o Brasil, a Colômbia”.
“Agora, o que mais nos preocupa hoje é a situação daqueles que estão na Venezuela, não daqueles que saíram. Na Madeira têm sido integrados de forma exemplar, no continente português também, nos países limítrofes nós não temos relatos de portugueses em dificuldades”, acrescentou.
6 MIL DE REGRESSO À MADEIRA
Os números apresentados pelo ministro Augusto Santos Silva poderão estar ligeiramente desatualizados. Segundo o JM apurou, só em relação à Madeira o número de regressados já ultrapassou os 6 mil, sendo que 4 mil já estão devidamente inscritos na Segurança Social.
O outro dado relevante é que cerca de mil crianças ou jovens estão matriculados dos diferentes níveis de escolaridade obrigatória, Nesta Região Autónoma.
In JM - Edição impressa
Hotel Rural Estalagem da Encumeada, com espaço de restauração e serviço de “catering” mudou de proprietário, um ex-emigrante no Canadá, que se encontra na Região há cerca de dez anos e que já reúne experiência no ramo da restauração, uma vez que já possuíu um espaço no centro do Funchal.
No site de reservas, podemos ver algumas referências à estalagem como estando “situado numa das mais belas escarpas do vale da Ribeira Brava, a uma altitude de 950 metros. O hotel encontra-se no centro da Floresta Laurissilva, que foi reconhecida pela UNESCO como património mundial natural. O hotel está a cerca de 8 km da cidade da Ribeira Brava, e a 42 km do aeroporto internacional da Madeira. Este é o hotel ideal para apreciar umas relaxantes férias na deslumbrante e exótica ilha da Madeira”.