Cerca de 30 pessoas, sobretudo ex-emigrantes na Venezuela e luso-descendentes, participaram hoje, no Funchal, numa vigília contra a crise social e política que atravessa aquele país da América Latina, onde reside uma das maiores comunidades portuguesas.
"Reunimo-nos aqui, em frente ao Consulado da Venezuela na Madeira, para mostrar que o país precisa de paz, precisa de voltar ao normal e ser livre, como sempre foi", disse Nataly Pestana, representante da Venexos - Associação de Ajuda Humanitária ao Venezuelano, que promoveu a iniciativa.
Os participantes inscreveram no chão a palavra "paz" com velas, estenderam uma bandeira da Venezuela igualmente rodeada de velas e algumas flores, bem como as bandeiras de Portugal e da Região Autónoma da Madeira, de onde é originária a maior parte dos emigrantes no país (cerca de 300 mil).
"A iniciativa resulta das mortes que têm acontecido nas últimas semanas na Venezuela", disse Nataly Pestana, sublinhando que os manifestantes, que são sobretudo jovens, estão todos os dias na rua com o propósito de "libertar a Venezuela daquela ditadura", disse referiendo-se ao regime do Presidente Nicolás Maduro.
Segundo os dados mais recentes, pelo menos 28 pessoas morreram, 437 ficaram feridas e 1.289 foram detidas, das quais 65 permaneciam presas na quinta-feira, durante as manifestações a favor e contra o Governo venezuelano que se intensificaram desde 04 de abril.
A vigília organizada pela Venexos ocorreu em simultâneo no Funchal, em Lisboa e no Porto.
"As pessoas que aqui estão sentem no coração as dificuldades por que está a passar o povo venezuelano", afirmou Nataly Pestana, vincando que "não há outra saída" para o governo de Nicolás Maduro senão "renunciar".