José Câmara afirmou que quer continuar a “espalhar esta devoção até poder”. “Foi para agradecer. Tive altos e baixos, mas correu razoavelmente bem”, afirmou à agência Lusa José Câmara, 77 anos, natural de Porto Moniz, na ilha da Madeira, e que durante cerca de 45 anos esteve emigrado na África do Sul.
Naquele país, a sua atividade principal foi no ramo imobiliário. “Correu bem, sem problemas de maior”, garantiu José Câmara que recorda a primeira vez que se “cruzou” com a Virgem de Fátima.
Tinha sete anos e foi ver, ao outro lado da ilha, no Funchal, a Imagem Peregrina de Fátima. “Era bonita”, contou.
Nascia, assim, a devoção “à Senhora de Fátima”, que manteve vida fora, adiantou o antigo emigrante, a viver em Cascais há dez anos.
“Em dezembro de 2012, quando fui de férias à África do Sul, resolvi agradecer ao homem que me ajudou na vida, que era Nosso Senhor. Como não Lhe podia agradecer, decidi oferecer as imagens”, explicou, referindo que tinha a intenção de entregar 12 imagens da Virgem de Fátima, tantas quantos os apóstolos.
Porém, depois de ter dado uma entrevista, embora sem ser identificado, a um jornal católico da África do Sul a dar conta do desejo e com um endereço eletrónico para onde deveriam ser remetidos os pedidos de imagens, recebeu de imediato 63 emails.
A partir daí, janeiro de 2013, José Câmara não mais parou, tendo distribuído um total de 1 055 imagens, a escolas, igrejas, conventos e prisões.
Austrália, Japão, países africanos de língua oficial portuguesa, Filipinas, Guatemala, Brasil e Estados Unidos da América ou Tanzânia estão entre os países para onde enviou imagens ao longo de cerca de quatro anos, num total de 33.
Sem quantificar o valor que esta devoção já lhe custou – “o preço não é importante” -, o antigo emigrante apenas lamenta o valor dos portes de correio.
“As imagens são adquiridas a uma empresa de Fátima e medem entre 55 centímetros a 1,15 metros”, continuou, referindo existir “centenas de pessoas” que lhe escrevem a pedir imagens da Virgem de Fátima.
A todas responde, esclarecendo as “regras” do envio da imagem, cujo pedido deve ser subscrito por um sacerdote.
José Câmara afirmou que quer continuar a “espalhar esta devoção até poder”.
“Conforme vou tendo pedidos, envio imagens. É um prazer, porque dá-me uma certa alegria saber que estão a rezar a Nossa Senhora de Fátima”, adiantou José Câmara que se desloca com frequência ao Santuário de Fátima, onde peregrina o papa Francisco a 12 e 13 de maio.
Nessa data não vai estar em Fátima por razões de saúde, mas espera estar no templo no final desse mês “para agradecer o que alcançou”.