O gabinete conjunto de representação dos Açores e da Madeira em Bruxelas abre no dia 31, anunciou hoje o secretário regional adjunto da Presidência para as Relações Externas dos Açores, Rui Bettencourt.

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“(...) Apresentaremos a 31 de março, o Gabinete de Representação dos Açores em Bruxelas, que terá como missão central reforçar a capacidade de intervenção dos Açores na defesa dos seus interesses através de uma maior proximidade com as principais instituições e organismos da União Europeia, de outras entidades, em particular os organismos inter-regionais, instituições públicas e privadas, e demais representações de outras regiões e estados”, afirmou Rui Bettencourt.

O governante falava na Assembleia Legislativa dos Açores, na Horta, ilha do Faial, no último dia de debate das propostas de Plano e Orçamento regionais para 2017 do executivo açoriano.

Segundo o secretário regional adjunto, “esse gabinete, que desenvolverá desde logo sinergias com a representação da Região Autónoma da Madeira, estará também ao dispor das entidades e organismos da sociedade civil açoriana para a procura das soluções e promoção dos seus interesses em Bruxelas”.

A 01 de fevereiro de 2016, os governos dos Açores e da Madeira, liderados pelo socialista Vasco Cordeiro e pelo social-democrata Miguel Albuquerque respetivamente, subscreveram dez protocolos de cooperação, no final de um encontro entre os executivos regionais que começou dois dias antes, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel.

Os acordos abrangeram, além da criação de um gabinete conjunto de representação, com o objetivo de defenderem posições comuns sobre medidas da União Europeia com impacto para os dois arquipélagos, outros domínios, como a proteção civil, saúde, agricultura ou juventude.

No discurso, Rui Bettencourt destacou, ainda, que em 2017, “ano charneira da construção da União Europeia” -- assinalam-se 60 anos do Tratado de Roma --”havendo valores humanistas em risco, importa colocar também a Europa em debate na sociedade açoriana”, apontando o “plano de mobilização das pessoas para as questões europeias”.

Quanto à cooperação externa, Rui Bettencourt referiu como de “particular importância a implementação do Conselho Açoriano para a Internacionalização”, que já anunciara por ocasião da apresentação do Programa do Governo, em novembro último.

O governante apontou ainda outra dimensão da ação externa do executivo açoriano, que se prende com a diáspora, agindo em duas frentes.

“Por um lado, apoiar a inclusão e a intervenção social do emigrado e do regressado, promovendo a integração no país de acolhimento (...), mas também na cooperação com as organizações da diáspora, em particular as Casas dos Açores”, acrescentou, assinalando que a estratégia passa, ainda, por “incentivar um formidável potencial proporcionado pelo facto” de haver “mais de um milhão de açorianos” na diáspora.

 

in Diário de Notícias da Madeira