A eurodeputada Liliana Rodrigues questionou hoje a Comissão Europeia acerca das condições desumanas em que vivem os refugiados na Grécia e na fronteira entre a Sérvia e a Hungria.
“Com a chegada do Inverno e a descida significativa das temperaturas era expectável a degradação das condições de vida nos campos de refugiados”, afirma Liliana Rodrigues, acrescentando que “não interessa saber agora quem tem mais responsabilidades, entretendo-nos em discussões estéreis, importa agora agir rapidamente e implementar um plano de emergência. Não podemos deixar as pessoas morrer de frio.”
A deputada madeirense refere ainda que “é importante ultrapassar a burocracia e acelerar o processo de relocalização que parece ter abrandado ainda mais depois do acordo entre a União Europeia e a Turquia. Como sabemos, Portugal tem sido, nesta matéria, um exemplo de solidariedade entre os países da União, todavia, a transferência de refugiados continua a realizar-se a um ritmo demasiado lento.”
Portugal já recebeu 747 refugiados desde o dia 17 de dezembro de 2015, ao abrigo do Programa de Relocalização de Refugiados da União Europeia, e ocupa o 4.º lugar entre os países europeus quanto ao número de recolocações.
Questão dirigida à Comissão Europeia pela eurodeputada Liliana Rodrigues
“O Inverno veio agravar as condições de vida nos sobrelotados campos de refugiados da Grécia e também nos campos junto à fronteira da Sérvia com a Hungria. Deparamo-nos com imagens e testemunhos chocantes de milhares de seres humanos a enfrentarem temperaturas negativas sem protecção adequada. Esta situação está a ser denunciada por várias organizações internacionais como a ONU, a Amnistia Internacional ou os Médicos Sem Fronteiras, entre muitas outras. Há refugiados a morrer de frio na Europa.
Não entende a Comissão Europeia que, ao invés de atribuir a exclusividade das responsabilidades ao Governo grego, a prioridade deveria passar por exigir a solidariedade dos Estados Membros e acelerar urgentemente o processo de recolocação de refugiados e requerentes de asilo?
Que diligências concretas está a Comissão Europeia a tomar junto dos Estados Membros e do Conselho Europeu?
Em que ponto está a criação de instrumentos legais para os requerentes de asilo?”