Liliana Rodrigues mostrou-se preocupada com o tratamento dado aos emigrantes no Reino Unido.

A Eurodeputada Liliana Rodrigues questionou a Comissão Europeia a propósito das declarações sobre estrangeiros residentes no Reino Unido e a possibilidade dos mesmos serem usados como “moeda de troca” nas negociações do Brexit.

eurodeputadalusa

A eurodeputada questionou o Parlamento Europeu, relembrando as declarações de alguns altos responsáveis do governo britânico no que toca aos imigrantes a trabalhar e a estudar no país, as cartas enviadas a estrangeiros com o propósito de recolher informações sobre país de nascimento, nacionalidade e nível de domínio da língua inglesa, para lá das declarações de Theresa May, que frisou que os britânicos poderiam estar sem emprego devido à imigração pouco qualificada.

“Considero ser pertinente saber como encara a Comissão Europeia estas declarações e ações face aos imigrantes no Reino Unido, sabendo que as mesmas podem assumir um carácter discriminatório e intimidatório e, ao mesmo tempo, averiguar como espera a Comissão negociar com o Reino Unido quando se sugere que cidadãos estrangeiros e os seus postos de trabalho sejam usados como ‘moeda de troca’ para o Brexit”, frisou.

Liliana Rodrigues frisou ainda que “é sempre muito preocupante quando começamos a dividir as pessoas entre ‘nós’ e os ‘outros’. É sempre mau sinal quando começamos a identificar e a contar estrangeiros. Com as devidas reservas, faz lembrar outros tempos”.

Em comunicado, a deputada lembra que o primeiro-ministro, António Costa, “já se pronunciou no sentido de tranquilizar os emigrantes portugueses e de garantir a salvaguarda dos seus direitos”, pelo que cabe agora ao executivo comunitário agir, razão pela qual tomou “a iniciativa de dirigir uma questão escrita à Comissão, tendo a mesma sido assinada por outros deputados socialistas”.

Cidadãos estrangeiros, incluindo portugueses, foram vítimas de ataques racistas no Reino Unido após o referendo que determinou a saída da União Europeia, tendo as autoridades registado mais 57 por cento de queixas de crimes de ódio desde a passada sexta-feira.

Os incidentes aconteceram em Londres, País de Gales ou Norfolk, disseram à agência Lusa vários membros da comunidade portuguesa, que acrescentaram que nem todos são divulgados por receio de reprovação ou represálias.

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