Visita aos Estados Unidos e Canadá confirma propensão de Miguel Albuquerque para tirar proveito do respeito e da influência que a comunidade madeirense tem em diversos sectores da sociedade.
Miguel Albuquerque vai continuar a visitar com frequência as comunidades madeirenses e os mercados onde as mesmas trabalham com abnegação e sucesso, de modo a que possa levar conforto, um “abraço de orgulho e de afectividade”, mas também as propostas capazes de motivar parcerias e negócios. Isto porque sente que a plena integração dos portugueses na vida pública, económica e cultural dos diversos países precisa de ser capitalizado a favor da origens.
“Fazer o que se diz” é o lema presidencial, que depois da visita de 10 dias aos Estados Unidos da América e ao Canadá, já pensa noutras viagens. Dubai e África do Sul, já em Novembro, Austrália e China em 2018 são périplos em perspectiva, com o objectivo claro de dar mundo à Madeira.
O executivo regional julga ter encontrado o modelo ideal para a afirmação da sua identidade no espaço externo, ao conciliar o apreço pelas comunidades madeirenses espalhadas pelo mundo com a promoção das potencialidades da Região em domínios em que algumas empresas denotam inovação e competitividade, sendo capazes de disputar concursos e oferecer serviços com os melhores de qualquer paragem. Faltam limar pormenores, mas o Governo Regional está “determinado em manter vínculos com a segunda e terceira gerações” e em virar cada vez mais a sua acção para fora de portas. Aliás, entende que “quem se vira para dentro só cria entropias”.
Atenuar as dependências daquilo que é decisão da República é propósito da missão, por sinal, “bem sucedida”. “Temos que trabalhar para garantir a maior autonomia possível em termos de sustentabilidade económica da ilha”, sublinha, embora não esconda “preocupação com os impostos sobre o património quando queremos captar investimento estrangeiro e se anuncia aumentos de impostos indirectos que são indiscriminados pois não levam em linha de conta o rendimento das pessoas”. Contradições que na óptica do presidente do Governo decorrem da situação política contexto nacional. “Estamos muito condicionados porque somos a única Região do País que tem um poder e uma linha programática diferente da nacional”, refere.
Pontes em vez de muros
O secretário que regional que tutela a Economia também faz “um balanço extremamente positivo” dos momentos de diálogo e de esperança. “Cumprimos todos os propósitos desta missão e simultaneamente estabeleceram-se pontes para a concretização de outras tantas razões que nos levam à afirmação da necessidade de sairmos da Madeira de modo a conquistar cá fora aquilo que nos falta dentro dada a dimensão e características da nossa economia”, refere.
Coube a Eduardo Jesus exibir o rumo da ilha, que não se resume ao Turismo, apesar do mesmo representar 25% do PIB, 15% do emprego, estar a crescer quase 20% em proveitos e 13% em RevPAR em termos homólogos. Teve como missão promover as oportunidades que a Madeira renovada oferece aos potenciais investidores, bem como os instrumentos que são úteis à captação dos mesmos. Em três sessões, em Boston, Montreal e Toronto o secretário da Economia mediatizou a InvestMadeira, o Citizenship by Investement e o CINM. “Estar próximo da comunidade e transmitir neste momento aquilo que a Madeira está a fazer, através das grandes apostas que estão a ser seguidas por este governo”, foi o motivo da divulgação de uma oferta “cuja a amplitude era de muitos desconhecida”, admite.
SDM elogia “mérito indiscutível da viagem”
O director da SDM, Filipe Teixeira, integrou a comitiva e entende que a “viagem teve mérito indiscutível”. Sobretudo porque confirmou que as comunidades são activo importante, com potencial para gerar muitas oportunidades, nomeadamente quando se consegue “tocar as segundas e seguintes gerações, muitas vezes com posições influentes nas suas comunidades, quer políticas, quer empresariais”. Julga que essa opção só vinga “incentivando, fortalecendo e multiplicando os laços, o que a meu ver só é possível estando presente”.
Destaca ainda a forma como os contactos foram desenvolvidos com as autoridades dos EUA e do Canadá, sempre com uma preocupação de incentivar o desenvolvimento das relações económicas, “sublinhando de forma muito pragmática os pontos fortes da nossa economia e como esta pode ser relevante para a concretização de oportunidades de mútuo interesse”.
No que respeita ao CINM, a vista ao mercado canadiano é classificado de “muito interessante, devido às condições de atractividade intrínsecas do Centro, adicionadas ao facto de existir um tratado de dupla tributação entre Portugal e o Canadá e, ainda, por estar em fase final de negociação, com assinatura prevista ainda para este mês de Outubro, um acordo económico e de livre comércio entre a UE e o Canadá”.
ACIN eSocicorreia fazem bons contactos
A ACIN e a Socicorreia foram presenças constantes nas visitas que Albuquerque às comunidades. Fizeram inúmeros contactos e acima de tudo já agendaram novas visitas com alguns interessado em produtos e serviços.
Para Eduardo Jesus cumpriu-se o propósito de internacionalização das empresas madeirenses. Filipe Teixeira considera estar perante “empresários regionais de grande valia que, de modo muito profissional, contribuíram para uma imagem muito positiva do nosso tecido empresarial, tendo desenvolvido contactos com enorme potencial”.
NÚMERO
10 - dias durou a viagem
de Miguel Albuquerque
e comitiva a cidades como New Bedford, Boston, Newport, Montreal e Toronto.
BREVES
Vertente económica surpreende diplomatas
A viagem de Miguel Albuquerque teve agenda cheia e um programa com vertente económica que agradou os diplomatas portugueses, que raramente descolaram da comitiva. CINM, Turismo, Maricultura, Tecnológicas e Imobiliário foram as áreas em destaque.
Pestana empenhado nos charters directos
Cabe aos mercados dos EUA e Canadá decidir se a operação aérea directa é comercializável. Para já, continuam contactos com os operadores turísticos e outros parceiros, mas tanto num País, como noutro, foi dito com insistência que os voos charter têm o grupo Pestana como aliado.
Troca de prendas rende mala recheada
Miguel Albuquerque deu música, distribuiu uns 15 litros de Vinho Madeira pelas personalidades com quem se cruzou, para ser bebido e não guardado, bordado para ornamentar a mesa farta e bolos de mel. Na bagagem veio uma mala com livros, placas alusivas à visita e outras ofertas.
Braguinhas para os museus
Em mala diplomática ou por carga normal vão chegar em breve duas braguinhas que passam a integrar a montra madeirense no Museu da Baleia de New Bedford ou a Galeria dos Pioneiros, em Toronto. O governo também quer colocar produtos regionais ‘gourmet’ em restaurantes e outros espaços.
‘Curralês’ oficializado
Não é um novo dialecto, nem tem qualquer carácter pejorativo. Apenas é a forma como Miguel Albuquerque se referia à forma prática e directa de abordar assuntos sérios através de uma linguagem acessível a todos o públicos. ‘Curralês’ é uma espécie de alerta aos discursos enfadonhos.
Incêndios motivam solidariedade
Os incêndios de Agosto continuam presentes nas conversas dos emigrantes mas também nos actos. Os gémeos Correia, a viver em Boston, já arrecadaram 14 mil dólares para ajudar quem precisa. Comoveram-se quando fogo atingiu São Pedro.
Conselheiro pede rigor e transparência na banca
O conselheiro permanente das Comunidades Madeirenses, José Rodrigues, pediu aos líderes de Portugal mais respeito por aqueles que colocaram as poupanças no País e foram lesados. Necessitamos de rigor e de transparência da banca”, referiu no discurso feito no Canadian Madeira Center.