Importante Província do Canadá tem lusodescendente a gerir Finanças
Há lusodescendentes a gerir milhões de dólares nos governos provinciais do Canadá.
É o caso do Ministro das Finanças do Estado do Ontário, Charles de Sousa, que na tarde da passada sexta-feira, em encontro com o presidente do Governo Regional da Madeira, fez saber que Ontário está a acolher investimentos na área tecnológica. Fazer frente a fenómenos vizinhos, como o de Sillicon Valley, é um dos propósitos.
Foi o que Miguel Albuquerque quis ouvir, pois a inovação e as soluções a esta associadas é um dos focos da viagem de 10 dias à América do Norte e Canadá e que hoje termina.
Num encontro de meia-hora com o governante, no qual também marcou presença a deputada provincial Cristina Martins, Charles de Sousa fez uma pausa na elaboração do seu quinto orçamento para a Província de Ontário de modo a poder dialogar com a comitiva madeirense, mostrando particular interesse nas soluções desenvolvidas pela ACIN. Entre um pastel de nata e a tradicional troca de prendas, o ministro predispôs-se a “negociar, facilitar e gerar emprego”, tal como reforçar a partilha de conhecimento tecnológicos. No Ontário há mesmo um corredor destinado à instalação de empresas ligadas à inovação, quer sejam multinacionais, mas também dezenas de milhares de Startups.
Vinho Madeira com pouca expressão
Se é certo que tem sido feito um grande investimento para dotar esta região de condições para concorrer com outras zonas competitivas no globo e de atrair investigação e conhecimento técnico de Portugal para ajudar a potenciar as tecnologias de informação nesta Província do Canadá, a fragilidade de outros sectores lusos geram perplexidade.
Charles de Sousa deixa bem claro que quer atraír mais valias lusas para a economia do seu território, que por exemplo é o maior comprador de vinho e licores do Canadá. Mas às vezes passa vergonha. Fica difícil perceber que da Madeira só tenham chegado ao Canadá 30 mil litros de vinho em 2015. “Uma desgraça”, assume Albuquerque, comprometendo-se a ver o que se passa com as opções definidas pelas empresas exportadoras do vinho.
Sportinguista assumido, e com raízes na Nazaré, Charles de Sousa guarda com orgulho no gabinete onde exibe memórias de Portugal, as camisolas de clubes e até um disco de ouro dos Triumph. Não é para menos. Anualmente dedica 50 milhões de dólares à cultura. Desde ontem que passa a ter uma garrafa de Vinho Madeira.
Antes deste importante encontro, Miguel Albuquerque e Eduardo Jesus visitaram a Assembleia Legislativa do Ontário, edifício majestoso numa cidade em que há milhares de portugueses, 5 mil dos quais madeirenses, alguns dos quais fortemente envolvidos nas máquinas administrativas do sector público e com presença activa na política local.
Albuquerque admite
OE vai obrigar Região “a fazer muito bem as contas”
O Orçamento de Estado para 2017 já da que falar, mas o presidente do Governo Regional prefere aguardar para ver se pode continuar com a redução gradual no IRS, mas está convicto da importância de “fazer muito bem as contas” e de ter toda a informação que já já devia ter em mãos.
“O que se sabe é que vai haver uma propensão política para aumentar os impostos indirectos sobre o álcool, o tabaco, os combustíveis, etc., no sentido de acomodar por essa via o aumento de pensões conforme é exigência do PCP E do BE”. Esta é primeira impressão de Miguel Albuquerque sobre as linhas gerais do orçamento e consequentes implicações na Madeira.
Confrontado pelo DIÁRIO sobre os eventuais ajustes que OE possa provocar na estratégia governativa, Miguel Albuquerque teme que o desagravamento do IRS não possa ir além do primeiro escalão. “Fizemos 7,5% este ano para as famílias de menor rendimento tendo em vista a repercussão em todos os escalões. Queríamos continuar a seguir essa linha mas neste momento é prematuro” definir novas reduções, refere.
O Presidente aguarda o cumprimento da lei relativamente ao fundo de coesão e pede também que o anunciado imposto sobre o património seja visto “com algum cuidado para não ter impacto sobre a nossa captação de investimento”, objectivo que aliás tem presidido às viagens presidenciais. Relativamente às transferências do Estado, diz não ter qualquer informação consolidada.