O executivo madeirense revela estar “altamente apreensivo” com as projecções que, a cinco meses da quadra natalícia, apontam para preços elevados e para a falta de tarifas reembolsáveis nesse período, sobretudo nas viagens de regresso ao continente que ocorrem nos primeiros dias de Janeiro.

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Ainda que satisfeito com a crescente procura pelo destino Madeira, no que ao movimento de turistas respeita, o Governo Regional assume que não esquece os residentes e já tomou medidas para evitar contratempos indesejados.

A escassez de voos elegíveis para que os madeirenses possam beneficiar do subsídio já era do conhecimento da tutela, “dada a monitorização e ao trabalho de acompanhamento que tem vindo a ser desenvolvido quanto à evolução do subsidio social de mobilidade”. Contudo, a notícia do DIÁRIO, publicada na passada terça-feira, veio reforçar a necessidade de intervenção, sabendo-se que foram feitas diversas diligências, que foram reforçadas, ontem, por escrito, junto das companhias aéreas que operam de e para a Região, no território nacional, mas, também, junto da ANAC.

O Secretário Regional da Economia, Turismo e Cultura, confirma ao DIÁRIO que mandou ofícios a diversas entidades, pois não faz qualquer sentido que “nesta altura e a esta distância de tempo, se assista a preços que são altamente elevados e à inexistência de tarifas abrangidas pelo subsídio social de mobilidade, que garantem o reembolso aos nossos residentes nas deslocações entre a Região e o território nacional, na oferta actualmente disponibilizada para o regresso ao continente no inicio do mês de Janeiro”, sublinhando que esta realidade é “extremamente prejudicial para a Região e para a mobilidade que importa assegurar aos residentes, através de um mecanismo (subsídio de mobilidade) que foi criado para esse efeito e que, neste cenário, não tem qualquer utilidade pratica”.

Ontem, quer a easyJet, quer a Transavia ainda disponibilizavam tarifas elegíveis para o regresso a Lisboa e ao Porto, nos dias 2, 3 e 4 de Janeiro, mas o mesmo já não acontecia com a TAP. Aliás, no caso da companhia de bandeira, já não há, neste momento, tarifas abrangidas pelo subsídio nas viagens a 2 de Janeiro, desde a Madeira, tanto para Lisboa, como para o Porto, sendo que neste último caso, também já não existe oferta disponível no dia 3. Apenas no dia 4 de Janeiro é que surgem escassas possibilidades.

Revisão para quando?
Eduardo Jesus é taxativo ao afirmar que esta realidade “precisa de ser rapidamente revista” e é também nessa lógica que se dirigiu a cada uma das companhias aéreas mas, também, à ANAC, reforçando a necessidade de serem tomadas medidas que sustentem uma alternativa para os madeirenses que, efectivamente, precisem de viajar neste período. “Uma solução que poderá eventualmente passar pelo reforço da oferta nesta altura, justificada que está a procura verificada pelas operadoras, faltando ainda cinco meses para o período do Natal”.

O governante sublinha que sensibilizou a ANAC, enquanto entidade competente para o efeito, no sentido de que possa intervir nesta matéria, garantindo um maior equilíbrio a um mercado que “sendo aberto e concorrencial, deve, todavia, pactuar-se pelas leis da oferta e da procura, ajustando-se às mesmas e assegurando a satisfação e o interesse dos passageiros residentes que, a nosso ver, estão a ser novamente prejudicados perante este quadro de preços e tarifas”.

Eduardo Jesus vai mais longe ao afirmar que “a inexistência de tarifas competitivas a esta distância pode mesmo vir a afectar as viagens de muitos madeirenses nesta altura do ano, especialmente dos estudantes, o que, para além da gravidade social que comporta, representa um impacto altamente negativo para a Região, que o Governo pretende evitar a todo o custo”.

As simulações feitas ontem comprovam que um dos princípios do subsídio de mobilidade está posto em causa. “Quanto mais cedo marcar, mais poupa”, para além de não corresponder à verdade, carece de revisão urgente, sobretudo para os estudantes universitários que, por exemplo, nesta altura, ainda não conhecem o calendário escolar para o próximo ano lectivo.

in Diário de Notícias da Madeira