O diretor regional das Comunidades e Cooperação Externa, Rui Abreu, chegou ontem, 9 de março, à África do Sul, para uma visita oficial, de 12 dias, na qual irá percorrer as cidades de Joanesburgo, Cape Town, Pretória e Durban, para estar junto da Diáspora Madeirense. Uma visita marcada por uma agenda preenchida e por objetivos bem definidos.
“Depois de dois anos de pandemia, que nos manteve longe uns dos outros, e após a onda de violência que varreu a África do Sul, em julho de 2021, afetando alguns empresários madeirenses, quero estar próximo dos nossos conterrâneos e, olhos nos olhos, perceber quais são as expetativas, as preocupações e os anseios daquela que é uma das nossas maiores Comunidades no mundo”, disse o governante.
No entanto, sublinha a “resiliência do povo madeirense, que nunca vira as costas aos desafios”, esperando, assim, “encontrar uma “comunidade preparada para ultrapassar as dificuldades”.
No primeiro dia de visita à África do Sul, o governante madeirense com a tutela das Comunidades reuniu com a Cônsul-Geral de Portugal em Joanesburgo, Graça da Fonseca. Sobre a mesa esteve o tema da crise de segurança que o país vive. “Este é um país que tem alguns problemas de segurança, não é de hoje”, constatou Rui Abreu, referindo que “depois do susto em julho, agora parece que a questão da segurança está mais estabilizada”.
Seguiu-se o “Encontro com a Diáspora”, uma iniciativa organizada pelos Conselheiros da Diáspora Madeirense, José Nascimento e José Luís Silva, que juntou 50 pessoas, nas instalações do Consulado-Geral de Portugal em Joanesburgo.
Rui Abreu mostrou-se muito satisfeito referindo que “estavam cerca de 50 pessoas representativas das mais diversas áreas da Comunidade”, numa reunião em que estiveram sobre a mesa temas como: a TAP - que não aposta na rota entre a África do Sul e Portugal; o investimento dos emigrantes na Madeira; e a importância da participação dos mais jovens nos movimentos associativos nos países de acolhimento.
Acerca da TAP, Rui Abreu lembrou que a companhia aérea de bandeira portuguesa abandonou a rota Lisboa – Joanesburgo há 11 anos. “A TAP deixou de viajar para a África do Sul em Abril de 2011, e a nossa Comunidade sente-se abandonada”, referiu, continuando: “A nossa Comunidade não compreende como é que uma companhia aérea, na qual o Estado interveio com 3.200 Milhões de Euros, nem consegue servir a Diáspora, nem sequer a da África do Sul, que tem uma grande dimensão”.
Sobre os investimentos dos emigrantes madeirenses na sua Terra Natal, Rui Abreu explicou que “há vários empresários da Diáspora, especialmente os radicados na África do Sul e na Venezuela que têm encontrado na Madeira um bom mercado para o investimento, em sectores como o imobiliário, a hotelaria, a restauração, entre outros”.
Os jovens descendentes de madeirenses também foram um tema bastante participado. “Há necessidade de chamar mais jovens para o movimento associativo madeirense na África do Sul. E isso passa pelo ensino da língua portuguesa, aliado ao ensino da nossa história, da nossa cultura, das nossas tradições. Só conhecendo bem as suas raízes é que os mais jovens terão interesse em continuar o trabalho feito pelos pais e pelos avós nas associações, e dinamizar a cultura madeirense neste país de acolhimento”.
Durante o “Encontro com a Diáspora”, também estiveram presentes a Cônsul-Geral de Portugal em Joanesburgo, Graça da Fonseca, os Conselheiros Madeirenses José Nascimento e José Luís da Silva, o deputado eleito pelo círculo fora da Europa, Maló de Abreu, o adido para os Assuntos Sociais da Embaixada de Portugal na África do Sul, Diogo Franco, e o Conselheiro Económico e Delegado AICEP na Embaixada de Portugal, Guilherme Lopes.