O Presidente da República elogiou a coragem dos portugueses que emigraram para França. Terminou o discurso num misto dos idiomas francês e português: “Vive Paris, vive la France, viva Portugal”. Marcelo Rebelo de Sousa fez dois discursos nas comemorações oficiais do 10 de Junho, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.
O primeiro, de manhã, em Lisboa. O segundo, ao início da noite, já em Paris. No Salão de Festas da Câmara Municipal de Paris, perante centenas de portugueses e lusodescendentes, centrou-se na ligação entre Portugal e França e no papel da comunidade portuguesa neste país.
O chefe de Estado falou a maior parte do tempo em francês, mas no final pediu ao Presidente francês, François Hollande, para se dirigir em português aos cerca de 800 convidados: “Queridos portugueses, queridos compatriotas, é com grande emoção que aqui estou, com o senhor primeiro-ministro [António Costa]”.
“Aqueles que aqui estão são dos melhores de todos nós”, disse-lhes, recordando os inúmeros portugueses que “saíram, faz agora 50 anos, numa situação de pobreza, de dificuldade, de penosidade, para partir para longe, para recomeçar a vida, sozinhos”.
O Presidente da República referiu que “as famílias chegaram depois, e pouco a pouco foram refazendo a sua vida, com trabalhos duros, muito duros, no começo daqueles anos 60, e durante os anos 60, e nos anos 70″.
“A França não esquece, mas Portugal ainda esquece menos. A vossa coragem, a coragem dos vossos avós, dos vossos pais, que se transmita para os vossos filhos e os vossos netos. Vós sois dos melhores de todos nós. O Presidente da República Portuguesa, em nome de todas as portuguesas e de todos os portugueses, vos agradece o vosso exemplo. Bem hajam”, concluiu.
No final do seu discurso, Marcelo Rebelo de Sousa combinou o francês e o português, exclamando “vive Paris, vive la France, viva Portugal”.
Perante os portugueses e lusodescendentes que enchiam o salão, o Presidente da República falou no seu caso pessoal, referindo que tem os seus netos a viver “fora do território físico” de Portugal.
“E por isso é com emoção que hoje penso neles, penso no seu presente e penso no seu futuro. E é com emoção que eu penso no vosso presente e no nosso futuro”, acrescentou.