A Madeira vai retomar as celebrações do Dia Mundial de África em 2022, após dois anos de interregno devido às restrições impostas pela crise pandémica. Isto mesmo foi adiantado, pelo diretor regional das Comunidades e Cooperação Externa, Rui Abreu, após uma reunião que manteve com o presidente da ACRAM (Associação Cultural e Recreativa dos Africanos na Madeira), Augusto Mané, ontem, 25 de maio, dia em que se celebra o Dia Mundial de África.

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“No próximo ano, vamos assinalar o Dia Mundial de África, com vários eventos, como já se vinha fazendo anteriormente. Em 2020 e 2021 não foi possível fazê-lo devido à pandemia, mas no próximo ano iremos retomar estas festividades”.
Augusto Mané mostrou-se satisfeito com a decisão do governante, recordando como aconteciam as celebrações. “As festividades duravam uma semana. Começávamos com uma exposição de artesanato africano no Centro Comercial la Vie. Naquele espaço, tínhamos um artista plástico que pintava quadros e dava a conhecer a arte africana a todos os madeirenses”.
Paralelamente, explicou Augusto Mané, eram organizados workshops culinários para que as pessoas pudessem aprender um pouco acerca da gastronomia africana. “As pessoas gostavam de aprender a confecionar os pratos típicos africanos”.
A grande festa, inserida no evento, acontecia no Jardim Municipal. Ali, misturavam-se os sons, a gastronomia, a arte e o artesanato africanos. “Montavam-se vários ‘stands’, uns de comes-e-bebes, outros destinados à mostra de artesanato e outro direcionado para a arte. Enquanto isso, no palco, decorriam as atuações de vários artistas, alguns vindos propositadamente de África. Havia danças e músicas africanas”.
A adesão, sublinhou o presidente da ACRAM, era grande. “A festa acontecia apenas uma vez por ano e a comunidade africana gostava de festejar. O evento atraia muitas pessoas. Para além dos cidadãos africanos, tínhamos muitas pessoas que vindos de África já possuíam a dupla nacionalidade, e ainda os madeirenses e turistas que tinham curiosidade em conhecer a nossa cultura”.
Atualmente residem na Madeira 385 cidadãos oriundos de países africanos. Mas este número chega a pelo menos um milhar, se tivermos em conta todos aqueles que já estão nacionalizados.
De salientar que as comunidades africanas com maior expressão são a da África do Sul, seguindo-se a de Cabo Verde, Guiné-Bissau, Angola e Moçambique, países com os quais temos uma ligação histórica, concluiu Rui Abreu.