O galardão foi anunciado durante uma cerimónia realizada, este ano, 'online', pela associação, devido aos constrangimentos da pandemia, para apresentar o palmarés com 32 prémios relativos ao ano anterior, atribuídos a museus, projetos, boas práticas, profissionais e diversas atividades desenvolvidas no setor, em todo o país.

 

Museu Vicentes

A edição deste ano dos prémios da APOM distinguiram também a museóloga moçambicana Alda Costa e o arqueólogo Cláudio Torres, como personalidades na área da museologia.

Depois de cinco anos encerrado para trabalhos de requalificação, no valor de 1,7 milhões de euros, o Museu de Fotografia da Madeira — Atelier Vicente's, reabriu em julho do ano passado.

O espaço museológico foi fundado em 1863, por Vicente Gomes da Silva, e manteve-se ativo até 1978, ano em que o edifício, no centro do Funchal, e o espólio, com mais de 1,5 milhões de negativos, foram adquiridos pelo Governo Regional da Madeira.

Na reabertura, em entrevista à agência Lusa, a secretária do Turismo e Cultura, Paula Cabaço, destacou que, pelo museu, passaram quatro gerações da mesma família.

Três anos após a abertura da casa, em 1866, Vicente Gomes da Silva recebeu o título de fotógrafo da imperatriz da Áustria, Isabel da Baviera, a mítica Sissi, e, em 1903, o de fotógrafo da Casa Real Portuguesa, o que contribuiu ainda mais para a sua importância, fazendo do seu estúdio um dos mais bem apetrechados do século XIX.

O espaço abriu ao público em 1982, como museu e, em 2014, encerrou para obras, tendo o executivo investido 1,2 milhões de euros na reabilitação do prédio, e 500 mil euros, com comparticipação comunitária de 85%, no restauro e salvaguarda do acervo.

“Queremos ir mais além neste espaço museológico, queremos que o Museu de Fotografia — Atelier Vicente's seja uma referência ao nível nacional e queremos que possa projetar a Madeira internacionalmente nesta área”, afirmou, na altura, Paula Cabaço.

O espaço reabriu com uma exposição temporária intitulada “Tesouros da Fotografia Portuguesa do século XIX”, mantendo uma exposição permanente representativa dos vários autores incluídos no acervo, de que faz parte o espólio de praticamente todas as grandes casas madeirenses de fotografia dos séculos XIX e XX.

O Prémio Museu do Ano é uma das principais distinções atribuídas pela APOM, num total, este ano, de 32 categorias a concurso, que distinguem, entre outras áreas, a melhor intervenção e restauro, o melhor catálogo, a melhor exposição, mecenato e projeto museográfico.

A APOM recebe anualmente algumas centenas de candidaturas de instituições de Portugal continental e das Regiões Autónomas, bem como de projetos expositivos portugueses no estrangeiro.

O presidente da APOM, João Neto, indicou à agência Lusa que a associação decidiu criar, nesta edição de 2020, três novos prémios a adicionar ao palmarés: para uma atividade escolar curricular complementar com os museus, um prémio para museólogos e, por fim, uma categoria dedicada à fotografia do património.

Assim, nesta primeira edição das personalidades na área da museologia, foram distinguidos Alda Costa e Cláudio Torres.

Em 2019, foi vencedor o museu da Fundação Bienal de Arte de Cerveira, no distrito de Viana do Castelo, em 2018, o Prémio de Museu do Ano foi para o Museu Metalúrgica Duarte Ferreira, no Tramagal, Abrantes, e, em 2017, o vencedor foi o Museu do Dinheiro, em Lisboa.

O museu vencedor vai receber um troféu em vidro desenhado por Fernando Quintas, pintor e professor da Faculdade de Belas Artes da Universidade Nova de Lisboa.
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