O secretário regional dos Assuntos Parlamentares e Europeus da Madeira confirmou hoje, no Funchal, que a Conferência dos Presidentes das Regiões Ultraperiféricas da União Europeia vai realizar-se na região autónoma no próximo mês de setembro.

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"Nos dias 22, 23 e 24 de setembro, a Madeira receberá todos os presidentes das regiões ultraperiféricas e representações dos três países que comportam regiões ultraperiféricas - Portugal, Espanha e França - e também representações da Comissão Europeia e do Conselho Europeu", disse à agência Lusa Sérgio Marques, à margem do V Encontro Intercultural, que decorre este domingo na capital madeirense.

A Conferência reúne-se em sessão ordinária, uma vez por ano, no território da região que assegura a presidência, função atualmente desempenhada pela Madeira.

O grupo das regiões ultraperiféricas da União Europeia integra Guadalupe, Guiana Francesa, Reunião, Martinica, Maiote, São Martinho (França), Açores e Madeira (Portugal) e Ilhas Canárias (Espanha), sendo que a Conferência dos Presidentes é o órgão principal da cooperação política e técnica entre elas.

Em relação ao Encontro Intercultural, Sérgio Marques observou que a população tem de se habituar cada vez mais a sociedades multiculturais, realçando que a Madeira tem sido um "bom exemplo" de integração de estrangeiros.

"Temos esta cultura de tolerância ao outro e de recetividade ao diferente", afirmou, lembrando, por outro lado, a existência de uma numerosa comunidade de emigrantes madeirenses espalhada pelo mundo.

Atualmente, a comunidade estrangeira com maior expressão na Madeira é a britânica, por razões históricas e dada a importância do setor turístico, embora o Encontro Intercultural seja uma iniciativa organizada pelo executivo regional em articulação com o Consulado Geral da Venezuela e com movimentos de imigrantes como a Associação Cultural e Recreativa dos Africanos na Madeira, a Casa de Angola na Madeira, a Associação dos Ucranianos de Portugal e o Núcleo de Trabalho do Funchal da Associação de Romenos.

O secretário dos Assuntos Parlamentares e Europeus vincou, por outro lado, que a Madeira continua disponível para receber refugiados sírios, na sequência da atual crise humanitária, embora não esteja ainda nada definido em termos de datas e contingentes.

"Isso faz parte das nossas obrigações enquanto região que pertence ao espaço europeu. Não podemos estar no espaço europeu apenas com a perspetiva do que é bom, dos milhões de euros de ajuda dos fundos estruturais, mas também temos de assumir outras responsabilidades como, nomeadamente, as que decorrem da necessidade de acolher refugiados", afirmou.

in Diário de Notícias da Madeira