Fazer um agendamento no Consulado de Portugal em Londres tem-se revelado uma autêntica ‘dor de cabeça’ para os madeirenses que residem naquela área consular, especialmente depois do início da crise pandémica.

Rui Abreu quer solução para emigrantes em Londres

 


Se em tempos pré-covid-19, os tempos de espera já eram de dois a três meses, no período pós-covid-19, os prazos dilataram-se, havendo dossiers que levam mais de meio ano a serem resolvidos, segundo apurou o DIÁRIO.
O Diretor Regional das Comunidades e Cooperação Externa, Rui Abreu, quer que o Governo da República encontre uma solução para todos os madeirenses residentes em Londres, que não conseguem fazer um agendamento junto do Consulado Geral de Portugal em Londres, que lhes permita solicitar ou até renovar os seus documentos, em tempo útil.
Neste sentido, o governante enviou um ofício à Secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, sensibilizando o MNE (Ministério dos Negócios Estrangeiros) para a “necessidade de resolver este problema que afeta sobremaneira a comunidade madeirense.”
Na missiva, a que o DIÁRIO teve acesso, Rui Abreu deu conta dos relatos que chegam à DRCCE acerca da existência de inúmeras pessoas indocumentadas, por não conseguirem marcações no Consulado Geral com vista à renovação dos seus documentos. “Falta-lhes documentos essenciais como o Cartão de Cidadão ou o Passaporte, que já estão caducados”.
O governante refere que esta situação cria três tipos de problema. Em primeiro lugar, há a questão da entrada no mercado de trabalho ou da manutenção dos vínculos laborais pré-existentes, que ficam comprometidos. Em segundo, há a questão da necessidade de ter documentos atualizados para pedir ao governo britânico o estatuto de residência devido ao Brexit. Em terceiro lugar, há madeirenses que ficam retidos em Londres.
“Muitas entidades empregadoras estão a exigir o passaporte válido para a elaboração e até mesmo para a renovação de contratos de trabalho, o que significa que muitos ficam desempregados”, alertou Rui Abreu na carta enviada.
“A falta de documentos em dia torna-se mais gravosa, porque estamos no período de solicitar o estatuto de residência ao governo britânico, por causa do Brexit, e urge ter os documentos atualizados”, salientou.
Em relação aos madeirenses que ficam retidos em Londres, tratam-se de “cidadãos indocumentados que também não têm conseguido marcações para obterem o título de viagem única. Isso obriga-os a ficar retidos e indocumentados no Reino Unido”.
Apesar de reconhecer “todos o esforço, o empenho e o trabalho desenvolvidos pela Cônsul Geral de Portugal em Londres, Cristina Pucarinho, para resolver estas questões”, Rui Abreu sabe que a sua ação fica limitada pela falta de recursos humanos e outros, para dar resposta às inúmeras solicitações. Por isso, o governante madeirense, pediu a intervenção da Secretária de Estado das Comunidades Portuguesas.
“Este é um problema que afeta sobremaneira a comunidade portuguesa de origem madeirense naquele país”, referiu Rui Abreu, solicitando “os bons ofícios” da secretária de Estado, “no sentido da resolução desta situação tão prejudicial para tantos dos nossos compatriotas.”

in DN-Madeira 18.11.2020