A Escola Anglo-Portuguesa de Londres (Anglo-Portuguese School of London) abriu a 7 de setembro para receber os primeiros 60 alunos que compõem as duas turmas de admissão à primária (ensino pré-primário). Deverá atingir os 420 alunos da sua capacidade, quando estiver a funcionar em pleno dentro de sete anos, altura em que cobrirá a totalidade do ensino básico.
A escola foi criada no âmbito do programa de free schools (escolas livres), “estabelecimentos que podem ser criados por pais, professores, organizações sem fins lucrativos, empresas, instituições culturais ou desportivas ou fundações” no Reino Unido e “cuja utilidade responda à necessidade da comunidade local, seja por falta de lugares ou do tipo de oferta disponível”, explicava uma nota divulgada pelo Camões, I.P. aquando do lançamento daquela estrutura de ensino.
Na apresentação da Rede EPE 2020-2021, o ministro da Educação saudou o trabalho feito “nestes últimos quatro anos para que esta primeira escola bilingue anglo-portuguesa em Londres fosse uma realidade”. Tiago Brandão Rodrigues recordou o tempo em que residiu no Reino Unido para dizer que “entendia a ansiedade que existia na comunidade portuguesa, de poder sonhar com uma escola bilingue”.
O governante sublinhou ainda o “enorme empreendedorismo que havia na comunidade (portuguesa) e a vontade das autoridades portuguesas para a tornar uma realidade”.
Já Luís Faro Ramos destacou o papel da Coordenadora do EPE no Reino Unido, Regina Duarte, que disse ter sido “fundamental nessa matéria”.
Financiada pelo Estado britânico, a Escola Anglo-Portuguesa de Londres têm autonomia na gestão, nomeadamente de horários e currículo, para oferecer um programa pedagógico nas duas línguas, inglês e português, formando, assim, crianças bilingues.
Para o ministro dos Negócios Estrangeiros, esta escola é uma grande novidade do novo ano letivo em si, mas também pelo que significa.
“Porque se trata de integrar plenamente na rede pública de um país europeu, uma escola cujo ensino se faz em duas línguas. Não se trata de ensino de português, mas sim de ensino em português e em inglês ao mesmo tempo, respondendo assim à característica central da emigração portuguesa: a capacidade de se integrar plenamente na sociedade de acolhimento e ao mesmo tempo preservar intactas as ligação ao país de origem”, destacou Augusto Santos Silva.
Durante a apresentação da Rede EPE, o governante agradeceu o trabalho dos serviços centrais do Camões, I.P., da Embaixada de Portugal em Londres e das autoridades britânicas, que “permitiram que iniciasse as suas atividades já em 2020-2021”. Mas deixou um agradecimento particular à Coordenadora Regina Duarte, que disse ser “a verdadeira alma e também o rosto desta nova escola”.