Milhares de pessoas deram ontem à noite as boas-vindas a mais uma Festa do Desporto Escolar. A cerimónia de abertura, este ano ‘moldada’ sob a temática dos 40 anos da Autonomia da Região, conduziu uma multidão ao Estádio do Marítimo, nos Barreiros, que aplaudiu de pé mais um espectáculo gímnico de belo efeito, como já é um feliz hábito, por sinal denominado RAM somo MAR - MARavILHAS.
A Direcção de Serviços do Desporto Escolar, liderada por Elmano Santos, quis invocar as vivências dos madeirenses ao longo da história e conseguiu-o com a colaboração determinante da professora Manuela Vieira e demais docentes que trabalharam com os 1800 figurantes, com idades compreendidas entre os 8 e os 90 anos, que deram vida ao projecto montado.
Coreografias muito sugestivas, com significados que não deixaram dúvidas aos presentes, e um colorido bastante diversificado e chamativo, atraíram todas as atenções. E a música foi igualmente elogiada, com nota de relevo para as actuações de Micaela Abreu, vencedora do Got Talen Portugal, e de Júlia Ochoa, vencedora do Festival Infantil da Canção 2016.
Do espectáculo, houve a saliência especial para a mensagem de que é necessário reciclar a autonomia. E até foi mostrado o rumo para o efeito, com o apelo para que os jovens saibam aproveitar o conhecimento dos mais velhos de forma a adquirir os ‘utensílios’ necessários para fortalecer o amanhã.
A Direcção de Serviços quis ainda homenagear os madeirenses, todos sem excepção, que conseguiram ultrapassar as vicissitudes idas para construir o actual modelo autonómico nos mais variados sentidos nestes 40 anos. Mas, conforme já havia referenciado Elmano Santos, as homenagens são ainda mais abrangentes e englobam “todos aqueles que de uma forma mais ou menos anónima também contribuíram para o sucesso educativo e desportivo da nossa terra.”
Albuquerque vai dinamizar espectáculos gímnicos
O presidente do Governo Regional gostou do que viu e até já projecta mais eventos do género fora do âmbito do desporto escolar. “Acho que foi um espectáculo evocativo dos 40 anos da autonomia magnífico, com uma excelente selecção musical, uma grande participação das escolas, associações e um conjunto de grupos, foi muito bem concebido e bem executado, acho que estão todos de parabéns”, começou por frisar.
Aproveitará agora para tirar partido do “know how” acumulado neste tipo de espectáculos para “fazer mais eventos desta natureza para além do desporto escolar, por exemplo nos 600 anos da descoberta da Madeira”.
Acredita, contudo, que o evento de ontem, apesar de ter contado com seis mil pessoas, podia ter tido ainda mais público e faz novamente o convite para que os madeirenses adiram massivamente à Festa do Desporto Escolar.
Pereira valoriza infra-estrutura de nível europeu
O anfitrião da noite, o presidente do Marítimo, Carlos Pereira, começou por referir que “cada vez mais se vai percebendo que esta obra valeu a pena, que não é um custo para a Região, é um benefício e um investimento”. Um recinto que disse ser de “nível europeu”, que a “Madeira merecia este palco, também para espectáculos deste género”.
Apesar desta valência, os apoios públicos têm escasseado, mas Carlos Pereira mostra-se compreensivo com as dificuldades do tecido empresarial e da própria Região e diz ter a promessa do Governo que os “todos os compromissos são para assumir”. “O Marítimo tem tido a capacidade de financiamento para a obra não parar. É uma infra-estrutura elogiada por todos, conseguimos empresta-la, quase diria até emprestar o próprio dinheiro à Região, quando o efeito era exactamente o contrário.”
Mas se a noite de ontem foi intensa, que dizer dos dias que se seguem, começando já hoje, pois o Funchal acolhe as etapas finais do desporto escolar. Serão cerca de 7.000 os participantes dos jogos, metade dos que regularmente participam nas múltiplas actividades desportivas promovidas no seio escolar. Durante quatro dias a cidade será positivamente invadida pelos reis da festa, os alunos, que têm como objectivo a competição saudável com natural fair-play.
Primeiros vencedores
A Festa do Desporto Escolar para as Actividades Motoras Adaptadas arrancou ontem, no pavilhão da Escola Francisco Franco, com a competição de Goalball. Esta modalidade tem reunido um maior de número de praticantes e esteve ao rubro logo no início quando algumas das equipas candidatas à vitória foram averbando derrotas perante equipas menos experientes.
Foi imbuído deste espírito de vitória que os cerca de 70 atletas em representação de 9 equipas disputaram os encontros. Após uma primeira fase em que as equipas divididas por diferentes grupos jogaram todos contra todos, disputaram-se as meias-finais, sendo que para a final apuraram-se o CAO São Pedro e o CAO Machico.
Foi a equipa da zona Leste que acabou por ser mais forte perante a equipa do Funchal, estreante em finais. Com o resultado final de 6-2, o CAO Machico revalidou o título de campeão no Goalball.