Quando, a 17 de Março, a profissional de cabelos Ana Paula Santos se viu obrigada – por ordem das autoridades – a encerrar o seu salão de beleza em Newington, no estado de Connecticut, à semelhança de milhões de outras pessoas nos EUA, deu consigo de quarentena e fechada em casa com o marido.

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“É difícil, quando estamos acostumados a lidar com clientes todos os dias, depois ver-mo-nos confinados 24 horas em casa”, comenta a imigrante natural de Mira de Aire, que vive desde os 19 anos de idade na América.

Com o seu estabelecimento – ‘Hairspray Studio’ – de portas fechadas até possivelmente dia 20 de Maio, e face à escassez de equipamento de protecção pessoal, Ana Paula Santos sentou-se à máquina de costura e começou a fazer máscaras. “Nós não as tínhamos e, como o meu marido ainda tem de ir ao escritório, apesar de com menos frequência, pus mãos à obra”, disse ao jornal LUSO-AMERICANO. “Aprendi a costurar desde cedo com a minha mãe.”

Para além de as fazer para o marido e alguns familiares, irá acumulá-las para uso no seu cabeleireiro quando o reabrir: “Serão para as minhas clientes, enquanto estiverem no salão.”

Ana Paula Santos faz as máscaras sem filtro mas com duas camadas de tecido; podem ser reutilizadas, depois de lavadas a elevada temperatura.

Ensina que os materiais estão à venda em lojas de costura e grandes superfícies como o Walmart, muito embora com algumas restrições (os elásticos, por exemplo, condicionados a meia jarda por pessoa).

Quando o marido, Fernando Gonçalves Rosa, lhe pediu que fizesse uma máscara com aos padrões da bandeira de Portugal, “não pude dizer que não”, afirma Ana Paula Santos.

O passou a seguir: máscaras para crianças, revela a cabeleireira que virou costureira temporária por imposição da pandemia. “Nem que seja para os nossos netos”, nota.

Em Hartford, Ana Paula Santos chegou a ter durante 14 anos um restaurante português, ‘A Petisqueira’.

In “Luso Americano”