A organização do 4º Concurso Internacional de Tradução Chinês-Português espera mais de 150 equipas de tradução nos países da lusofonia, na perseguição de prémios na ordem dos 50 mil euros, segundo Zhang Yunfeng, do Instituto Politécnico de Macau.

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A quarta edição do concurso foi hoje apresentada em Lisboa, pela primeira vez fora de Macau, com o objetivo de atrair mais equipas participantes, não apenas de Portugal, mas de outros países de língua portuguesa, sublinhou o mesmo responsável em declarações à Lusa.

O concurso é organizado pelo governo de Macau e pelo Instituto Politécnico de Macau (IPM).

O valor do primeiro prémio é de 140 mil patacas (15.760 euros) para a equipa vencedora, com 100 mil patacas (11.257 euros) entregues aos dois ou três alunos que cada equipa pode no máximo ter, e 40 mil patacas (4.500 euros) destinadas ao professor orientador.

As equipas vencedoras do segundo e terceiro prémios recebem respetivamente 105 mil patacas (11.820 euros) e 70 mil patacas (7.880 euros) e está ainda prevista a atribuição de várias menções honrosas em valores até às 68 mil patacas (7.655 euros).

Para além do valor dos prémios, o IPM convida anualmente muitas equipas com traduções com qualidade para se reunirem em Macau na cerimónia de atribuição dos prémios, prevista para julho.

A participação realiza-se através da Internet (no endereço www.ipm.edu.mo) e é aberta a estudantes de cursos de tradução ou relacionados com a tradução de instituições de ensino superior de Macau, do interior da China, dos países de língua portuguesa ou mesmo de outros países que possuam cursos de licenciatura em tradução chinês-português ou áreas relacionadas com a tradução.

“O nosso concurso é um concurso mundial. Nas três primeiras edições tivemos participantes de Portugal, e a primeira edição foi mesmo ganha por uma equipa portuguesa da Universidade do Minho. Desta vez, quisemos divulgar o concurso mais no mundo lusófono, para termos mais equipas participantes, não apenas do Brasil, mas de outros países de língua portuguesa”, indicou Zhang Yunfeng, diretor do Centro de Ensino e Investigação do IPM.

Macau atribui uma “grande importância” à iniciativa, que se enquadra na sua estratégia de constituir-se enquanto “plataforma para as relações entre a China e os países de língua portuguesa” no quadro do megaprojeto da diplomacia económica chinesa “Uma faixa, Uma rota”.

“Macau está a construir um centro de formação de falantes bilingues chinês-português. Este concurso é para nós muito importante. Gostaríamos de reunir participantes bilingues chinês-português do mundo inteiro em Macau para podermos trocar opiniões e contribuir para a formação de quadros bilingues”, afirmou Yunfenq.

O dirigente do IPM acrescentou: “O número de equipas participantes ao longo das três últimas edições do concurso ascende a mais 380, tem vindo sempre a crescer, de edição para edição, e este ano posso prever que mais de 150 equipas terão assinado o formulário de inscrição no dia 31 deste mês, último dia do prazo de participação”.

O IPM assinou ainda um protocolo de cooperação com Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP), entendido como “o passo lógico no aprofundamento das relações” entre as duas instituições “em que a questão da língua tem um papel muito relevante”, segundo Nuno Mangas, o presidente do CCISP, em declarações à Lusa.

“Nos últimos anos, várias instituições do CCISP reforçaram as relações quer com o IPM quer com várias instituições chinesas no âmbito do projeto “Uma faixa, Uma rota”. Macau tem aqui esse papel de ser uma plataforma de aproximação entre a China e o mundo lusófono. Para nós é essencial o aprofundamento destas relações”, afirmou Nuno Mangas.

Segundo o presidente do CCISP, este protocolo “tem um papel essencial no reforço da investigação científica e na elaboração de projetos em conjunto”.

“Esperamos em muito breve prazo, ainda este ano, poder realizar uma reunião em Macau entre o IPM e CCISP para discutir projetos conjuntos concretos”, adiantou.

In «JM»