O Presidente da República anunciou que vai comemorar o 10 de Junho fora do território nacional, nas comunidades portuguesas, mais duas vezes este mandato, considerando “estranho” que “nunca ninguém tenha pensado” que estas cerimónias fazem sentido desta forma.
Marcelo Rebelo de Sousa descreveu as comemorações do Dia de Portugal, que começam em território nacional, mas que prosseguem depois junto da comunidade portuguesa em Paris, França, adiantando que “não será uma vez sem sequência”, já que “pelo menos de dois em dois anos, o que significa três vezes no decurso do mandato de cinco anos, haverá celebração desta natureza junto das comunidades portuguesas”.
“O que é estranho é que nunca ninguém tenha pensado nisso, que faz tanto sentido celebrar o Dia de Portugal dentro das fronteiras físicas do território, como fora delas, nas comunidades portuguesas”,considerou o chefe de Estado.
Marcelo Rebelo de Sousa fez este anúncio perante os Conselheiros das Comunidades Portuguesas, que recebeu ontem no Palácio de Belém, em Lisboa.
O Presidente da República quis “improvisar alguma coisa para além do que foi preparado” para este discurso e revelou: “não imaginam a estupefação, mas ao mesmo tempo a admiração que foi nas autoridades francesas quando souberam da ideia de comemorar o Dia de Portugal em França”.
“Do Presidente ao primeiro-ministro, a todos os níveis de autoridade, inclusive local, houve uma reação primeiro de admiração no sentido de perplexidade e depois de admiração no sentido de reconhecimento relativamente aquilo que era óbvio”, relatou.
Na opinião de Marcelo Rebelo de Sousa, Portugal é tanto maior quanto maior for “o reconhecimento das comunidades portuguesas”, o que motivou a comemoração “pela primeira vez na história” o Dia de Portugal fora do território nacional.
“De manhã haverá uma cerimónia militar em território nacional, mas depois no resto do dia terei a oportunidade de, acompanhado pelo senhor primeiro-ministro, celebrar o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas junto dos milhares portugueses que residem em Paris”, descreveu.
Assim, o chefe de Estado estará “fora do território físico de Portugal, mas dentro do território espiritual” do país.
“Mas também vos digo que estou atento às vossas preocupações e aos desafios que se colocam às diferentes comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo. Estou atento e serei particularmente ativo em responder diretamente a cada questão que me é colocada, sempre em estreita articulação com o Governo”, assegurou.
Marcelo Rebelo de Sousa espera que, em todas as ocasiões que se propicie, possa estar em contacto com as comunidades portuguesas nas deslocações oficiais que vai fazer como o caso do Brasil, no verão, dos Estados Unidos em setembro, da Suíça em outubro ou de outros países latino-americanos na “ida ou na volta” da cimeira ibero-americana.
Marcelo Rebelo de Sousa aproveitou ainda a ocasião para “louvar o papel do Ministério dos Negócios Estrangeiros nos últimos anos” já que, “independentemente dos governos em funções, reconhecem as comunidades como um pilar”.