Macau quer ser um centro de formação de língua portuguesa na região da Ásia-Pacífico. A afirmação é do chefe do Governo do território, Fernando Chui Sai On, e surgiu em resposta a uma pergunta de um parlamentar sobre o objetivo, estabelecido por Pequim, de tornar Macau numa plataforma de cooperação entre a China e os países de língua portuguesa.
Fernando Chui Sai On considera que Macau “tem condições para ser uma base de formação” em língua portuguesa nesta área na zona da Ásia-Pacífico, e assume que este é um dos objetivos estratégicos da região para os próximos anos, porque já há ali “uma certa base” no ensino do português.
O chefe do executivo de Macau diz ainda que é possível ir contratar mais professores em Portugal, sublinhando “o bom relacionamento” com Lisboa. Chui Sai On falava na Assembleia Legislativa, numa sessão de respostas aos deputados, tendo sido questionado sobre o objetivo, estabelecido por Pequim, de tornar Macau numa plataforma de cooperação entre a China e os países de língua portuguesa.
Número cresceu 20%
O apoio de Pequim ao desenvolvimento deste papel de Macau como ponte entre a China e a lusofonia consta do XIII Plano Quinquenal chinês, aprovado recentemente, o que foi lembrado por diversos deputados. Cheang Chi Keong, eleito por sufrágio indireto, lembrou, a este propósito, a falta de quadros bilingues (português e chinês, as duas línguas oficiais de Macau) e quis saber como é que o executivo pretende responder a este problema. Chui Sai On reconheceu que esta é uma questão central e deu como exemplo o próprio Governo, em que faltam neste momento 126 tradutores para responder às necessidades.
Garantindo que o executivo “tem dado toda a atenção” a esta questão e que o número de alunos a estudar português em Macau cresceu 20% no atual ano letivo, vincou que é preciso apostar no ensino da língua portuguesa nas escolas não superiores e apoiar ainda mais as escolas privadas na criação de oferta de ensino do português.
Chui Sai On referiu que o estudo do português é uma opção dos estudantes e encarregados de educação e que “muitos” preferem escolher estudar chinês e inglês. A este propósito, prometeu a adoção de medidas para incentivar mais estudantes a optar pela língua portuguesa, incluindo alargar o âmbito de bolsas de estudo, como as destinadas a estudar em Portugal e noutros países.