O presidente do Governo da Madeira, Miguel Albuquerque, afirmou hoje que esta região pretende "explorar todas as oportunidades do programa Horizonte 2020" para avançar com vários projetos na área da investigação tecnológica e do mar.
"A nossa ideia é explorarmos todas as oportunidades do programa Horizonte 2020 no sentido de fazermos o reforço das nossas parcerias, no âmbito da investigação da biotecnologia, ambiente de profundidade, energia, monitorização oceânica e serviços de ecossistemas marítimos", disse Miguel Albuquerque, em conferência de imprensa, depois de ter reunido, no Funchal, com o comissário europeu Carlos Moedas.
Carlos Moedas efetua hoje e na sexta-feira uma visita de trabalho à Madeira, a convite do chefe do executivo madeirense, no âmbito do Roteiro da Ciência e da divulgação do programa comunitário Horizonte 2020 que vai disponibilizar cerca de 80 mil milhões de euros para projetos de investigação e inovação destinados a apoiar a competitividade económica da Europa e a alargar as fronteiras do conhecimento humano. O governante madeirense acrescentou que a Madeira pretende também recorrer a este programa para "avançar com um conjunto de projetos no âmbito também do mar, aliado à ciência, investigações e tecnologia". Miguel Albuquerque apontou que um dos objetivos do governo insular é ainda recorrer aos apoios do Plano Juncker (315 mil milhões de euros) para financiar uma operação de "milhões de euros" que visa "desviar o cabo submarino que vai sair do Brasil para ligação com o continente europeu e vai passar a pouco mais de 100 quilómetros da Madeira". O responsável argumentou que este investimento vai permitir criar "uma alternativa e uma redundância também para a economia digital", para que esta região "não fique dependente do único cabo que existe, que é detido por uma empresa privada, e faz ligação da Madeira ao continente português".
O presidente do executivo adiantou que nesta reunião foi ainda abordada a importância do mar para o futuro deste arquipélago, tendo em conta o alargamento da plataforma continental de Portugal, cuja área atingirá cerca de 3,8 milhões de quilómetros. "A economia do mar é algo que é uma aposta decisiva da Madeira", sublinhou, realçando a importância do Registo Internacional de Navios e da aquacultura, uma área em que a região pretende "avançar significativamente", ligada à tecnologia, investigação e ciência. Para Miguel Albuquerque, "a diversificação da economia passa também pela era digital" e a "economia digital vai ser decisiva para o crescimento económico da Madeira nos próximos anos".
Instado a pronunciar-se sobre a questão da dívida da Madeira, o governante insistiu que foi abatida em mais de 800 milhões de euros desde 2012, a região conseguiu cumprir um programa de ajustamento, tem as contas consolidadas, o que permitiu ir ao mercado financiar-se para 2016 em 285 milhões de euros, sem o aval do Estado. "Do ponto de vista da transparência, não há nenhuma instituição do Estado que faça a publicação trimestral das suas despesas como a Madeira está a fazer", declarou, destacando que a região assiste a inícios de retoma económica.