É com satisfação, mas também com alguma preocupação, que o presidente da Assembleia Legislativa da Madeira regressa da Austrália, após uma visita de vários dias à comunidade portuguesa ali instalada.
Depois de contactar com emigrantes, muitos dos quais madeirenses a residir em cidades como Sidney, Freemantle, Melbourne e Canberra, Tranquada Gomes não tem dúvidas de que a “comunidade portuguesa está perfeitamente integrada na Austrália”. “Foi uma visita positiva, ouvimos as principais preocupações das nossas comunidades que são basicamente devido a demoras nos postos consulares, mas de resto é uma comunidade completamente estabilizada e integrada”, transmitiu, já no regresso à Região.
Contudo, Tranquada Gomes demonstrou-se preocupado com o facto de a nova geração estar pouco envolvida em associações e clubes das comunidades portuguesas, temendo, dessa forma, que se percam elos de ligação com as suas origens.
“As comunidades estão reunidas em clubes e associações (...) mas notamos que há um envelhecimento das comunidades e que os descendentes muitas vezes já não têm motivação para estar nesses clubes”, lamentou, acrescentando que “é necessário refletir sobre esse problema e reformular este tipo de associações, tornando-as mais atrativas aos jovens”.
“É necessário repensar a forma como a política de emigração tem vindo a ser definida no que concerne às nossas comunidades”, insistiu o presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, sublinhando que a preocupação deve ser transmitir aos descendentes desta geração uma motivação para estarem presentes na Austrália, defendendo a nossa cultura e as nossas tradições”.
Nesta visita, Tranquada, apelou ainda aos emigrantes por uma maior participação na vida pública e política. “Sendo a Austrália um país multicultural, com várias nacionalidades, a comunidade portuguesa tem de ter uma voz ativa para não correr o risco de ser esquecida”, concluiu.