A nossa entrevistada nasceu em maio de 1980, no Funchal. Frequentou a escola primária dos Ilhéus, a Escola Secundária Dr. Horácio Bento de Gouveia e a Escola Francisco Franco.
Em 1997, entrou na Universidade da Madeira, no curso de Química. Desde logo sempre se sentiu atraída pelo ramo científico.
Actualmente, Cátia Ornelas vive em São Paulo, no Brasil. A decisão de ir morar para esta cidade esteve directamente relacionada com a qualidade da Universidade de Campinas que, segunda explica a nossa «embaixadora», é «em termos de investigação científica uma faz três melhores da América Latina e está entre as 300 melhores do mundo».
Antes de arrumar malas e bagagens para o Brasil, Cátia Ornelas morou em vários países, sempre movida pela vontade de aprofundar os estudos e a profissão. À D7 conta que a sua primeira experiência fora da Região começou em 2001 quando teve a oportunidade de fazer um intercâmbio através do programa Erasmus pela Universidade da Madeira.
Foi para Bordéus, mais concretamente para a Université de Bordeaus, no sudoeste da França, onde fez investigação científica durante seis meses num laboratório mundialmente conhecido. Após este intercâmbio voltou à Madeira para terminar o curso, mas com certeza de que regressaria a França para fazer o seu doutoramento e foi assim que começou a jornada científica internacional.
Depois de quatro anos a viver um frança, em Janeiro de 2008 a investigadora pós-doutorada começou uma nova etapa da sua carreira, desta feita na Universidade de Nova Iorque, Cátia foi investigadora no Molecular Design Institute, o que lhe proporcionou de viver nos Estados Unidos durante quase três anos.
Descreve a vida em Manhattan como uma «experiência inigualável», até porque «o trabalho de cientista não tem horários fixos, sendo que muitas vezes trabalho até tarde e durante os fins-de-semana». O seu empenho é notório e Cátia tem a perfeita noção das suas responsabilidades, pois «a ciência nunca pára». Esta dedicação ao trabalho, explica, é motivada pelo «prazer que tenho em trabalhar e pela ansiedade em obter novos resultados»
Após ter cumprido a sua missão na cidade que nunca dorme, Cátia Ornelas, ainda viveu um ano em São Francisco e um ano no Arizona. Em 2013 aceitou o desafio para ser Professora Universitária e investigadora principal no Instituto de Química da Universidade de Campinas, no Brasil, onde mora actualmente. Neste projecto, teve a oportunidade de manter o seu próprio laboratório e começar o seu grupo de investigação.
Ciente de que a sua missão no mundo não poderia estar confinada apenas a um local. Cátia Ornelas confessou-nos que dedica parte do seu tempo a «outras missões que parecem mais discretas, mas que são igualmente importantes, tais como educar uma nova geração e tentar ser uma exemplo de mulher na ciência internacional para poder incentivar as meninas a fazerem ciência. Em geral, tento sempre incentivar os meus alunos (homens e mulheres) a serem sempre o melhor que eles podem ser, a dar sempre o seu máximo em cada trabalho que fazem, a não terem medo de dizer que não sabem, mas que querem aprender».
E foi a terminar a nossa entrevista que a «embaixadora» madeirense desta semana, deixou-nos o seu precioso lema de vida: «viver aprendendo todos os dias: hoje sou melhor que ontem e pior que amanhã»
In «Diário de Notícias da Madeira»