Presidente da República fala em «dia triste» pela saída do Reino Unido da UE, mas defende que não há acordo melhor do que este. «Não há renegociações possíveis, sucessivas», acrescentou.
O Presidente da República disse estar convencido que, se o Parlamento britânico «olhar serenamente», vai perceber que não há melhor acordo que aquele que foi alcançado para a saída do Reino Unido da União Europeia.
«Eu estou convencido que o parlamento britânico se olhar serenamente para o acordo percebe que é para ele, Parlamento britânico e para o Reino Unido, o melhor acordo possível, não há outro acordo melhor que este a que se chegou», afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.
O chefe de Estado lembrou que «maioritariamente a opinião pública britânica está cheia de dúvidas sobre a ideia de saída», pelo que espera que perceba o esforço feito pela União Europeia para «pôr à vontade o governo britânico perante o Parlamento».
«Não há dois acordos. É este acordo que tem que ser aprovado, não há renegociações permanentes, possíveis, sucessivas e, depois, é o melhor acordo possível para a Europa e para o Reino Unido», acrescentou.
Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, este é um acordo que salvaguarda o essencial, nomeadamente para os portugueses que vivem no Reino Unido.
«Este acordo não só protege os portugueses que vivem no Reino Unido, os britânicos que vivem em Portugal, as relações económicas, comerciais, financeiras existentes como permite irmos mais longe paralelamente porque, mesmo com o Reino Unido fora da Europa, nada impede que Portugal possa ir mais longe, cultivando a amizade e uma relação que é muita antiga e que tem séculos e séculos e que se deve projetar no futuro», sustentou.
Ainda assim, o Presidente da República considerou que este é um dia «triste» para a União Europeia.
«É uma tristeza vermos sair da União Europeia um país que é o nosso mais antigo aliado. Mas, é um abrir de caminhos de esperança, porque se entenderam os 27 estados membros remanescentes, porque têm vontade de continuar o mesmo caminho para os mesmos objetivos», referiu.
Também o primeiro-ministro, António Costa, já tinha reconhecido que não há alternativas ao acordo ratificado pelo Conselho Europeu para a saída do Reino Unido da União Europeia e que «tudo o resto é fantasia». Recusando especular sobre um quase seguro ‘chumbo’ do texto por parte do parlamento britânico, António Costa esclareceu que «não há plano B, nem C» e que o acordo de saída aprovado este ontem unanimemente pelo Conselho Europeu é «indiscutível». A pressão passa agora de Bruxelas para o parlamento em Londres.