Depois da aluvião de 2010, os incêndios de má memória, os ventos cruzados no aeroporto, a grave crise na Venezuela, com consequências trágicas para muitos dos nossos irmãos ali radicados, eis que o Governo da República, ou melhor dizendo o “Poder Centralizado”, continua a fazer da Região Autónoma da Madeira o seu brinquedo de predileção.
Temos um Primeiro-Ministro que, surpreendentemente, aceita faltar à sua palavra em casos como os do novo Hospital, da Mobilidade aérea e marítima e das taxas de juro pelo empréstimo contraído em 2012, ditas e bem, escandalosas. Tudo isto numa manifestação clara de cedência a interesses contrários aos princípios éticos, a observar por quem tem a obrigação de tratar e considerar equitativamente todos os portugueses, sejam eles Continentais, Ilhéus ou parte das Comunidades espalhadas pelo mundo.
A grande apreensão dos madeirenses para com as situações acima citadas, aliadas às preocupações para com os acontecimentos, de certa forma alarmantes, em países de acolhimento onde a Comunidade Portuguesa é também, na sua maioria, de origem madeirense, como a África do Sul e o Reino Undo, deveriam merecer outra atitude e sobretudo respeito por parte do Governa da República.
Se dúvidas há, sobre o sentir do povo madeirense, em relação à sua Pátria Mãe, aconselho a que vejam as imagens, com som, de como foi entoado e em que ambiente, o Hino Nacional, aquando do último jogo de futebol de Portugal sub-21, no Estádio do Marítimo.
Sinceramente, muito do que tenho ouvido por parte de entidades nacionais de relevo, tanto a nível institucional, como em áreas estratégicas, para o presente e futuro da Região Autónoma da Madeira, leva-me a que diga como grito de revolta ARRANJEM OUTRO BRINQUEDO! JÁ CHEGA!
Falar, neste momento, em solidariedade para com o Povo Madeirense, não é falar em esmolas, mas sim em observar e conceder o que foi prometido publicamente pelo Primeiro-Ministro de Portugal e o que o Estatuto da Autonomia e a continuidade territorial contemplam.
Dito isto, e porque é de elementar justiça, não quero deixar de manifestar apreço pelo trabalho que, o Ministério dos Negócios Estrangeiros e a Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, estão a desenvolver, em conjunto com o Governo Regional, no que se relaciona com as nossas Comunidades que vivem na Venezuela e em países de acolhimento, que atravessam momentos de grande instabilidade. Resta-me fazer votos para que as remessas, acordadas para a habitação, saúde e educação/formação, relacionadas com os nossos conterrâneos que regressam da Pátria de Bolívar, não cheguem pela mesma “via” que todas as outras, nomeadamente as destinadas a minimizar os danos causados pelos incêndios que devastaram a Madeira...
Uma nota, também, para o bom ambiente que, senti, se vive na Madeira com a chegada dos nossos conterrâneos oriundos da Venezuela, sobretudo no que aos jovens se refere. Isto, não só ao nível de novos e inovadores projetos empresariais, mas também na área de serviços onde a sua dedicação e vontade de trabalhar e se formar é percetível. Muitos, por razões óbvias, acabarão por partir, mas levarão, de certeza, a nossa/sua Região Autónoma no seu coração. Parabéns Madeira!
E, já agora, como em tudo na vida há sempre exceções para confirmar a regra, há também por parte dos que chegaram, uma minoria que em vez de trabalhar em prol de uma integração sã e cordial, prefere optar pela contestação e críticas destrutivas, que não levam a lugar nenhum e que antes, pelo contrário, prejudicam a maioria que é constituída por pessoas de bem e, por conseguinte, merecedoras de todo o apoio por parte dos seus irmãos residentes, na também sua, Região Autónoma da Madeira.
É verdade que há na Madeira, quem critique a chegada de jovens luso-descendentes ao mercado regional de trabalho, mas é sabido que essas críticas vêm sobretudo de um pequeno número de pessoas que, estando no desemprego, não manifesta verdadeira vontade para responder às diferentes convocatórias no sentido de aderir a determinados novos postos de trabalho indispensáveis para que a economia da Madeira prospere.
Há, como sempre, muito trabalho a fazer para que a nossa terra e o seu Povo possam aspirar a um futuro mais risonho e por isso, agora mais do que nunca, UNIDOS SOMOS MAIS FORTES.