As Academias do Bacalhau, as assenta, estarão reunidas na África do Sul, em Joanesburgo, local onde se realizará o 47º congresso anual. Entre elas estará a Academia do Bacalhau da Madeira, numa representação que integrará também empresários da nossa terra.

MiguelAlbuquerque

O congresso deste ano decorre em Joanesburgo, no local onde tudo começou, há cinquenta anos, numa iniciativa de empresários portugueses, com muitos madeirenses, não fosse a comunidade madeirense a mais representativa, que tiveram a feliz e visionária iniciativa de perceberem que juntos seriam sempre mais fortes do que isolados. Criou-se então um elo de portugalidade e de solidariedade que se alastrou para quase todo o mundo, onde exista comunidades portuguesas.
Numa altura em que não existiam redes sociais, nem se falava em globalização, a Academia do Bacalhau foi um projecto inovador, por, precisamente, antecipar essa globalização, essa necessidade de se desenvolver laços entre comunidades, que tinham como ponto comum a emigração e a língua portuguesa. E sobretudo a vontade de ajudar os mais carenciados. E, claro, o gosto pelo bacalhau, o mais tradicional dos pratos portugueses e que escasseia em vários destino de emigração e, como tal, o mote necessário para aquilo que se pretendia um organismo de defesa da cultura e das identidades portuguesa e madeirense.
Mas, a Academia do Bacalhau está muito longe de ser apenas um fórum de defesa da cultura, da gastronomia, da identidade portuguesa. É sobretudo um centro de convívio e de solidariedade. Para com todos os emigrantes, para com todos os madeirenses, para com todos os portugueses. São mais do que muitas as iniciativas agendadas, que garantiram verbas importantes para ajudar.
Não só nos destinos de emigração, não só nas áreas em que estão implantadas mas em todos os sítios onde há Portugal. É o caso da Madeira, nos momentos mais difíceis do 20 de Fevereiro e de outras calamidades.
Vão perdoar-me a liberdade de me dirigir primeiro às Academias do Bacalhau das cidades venezuelanas. Com certeza compreenderão a minha opção.
Numa altura tão difícil para os nossos emigrantes é imperativo reforçar a solidariedade para com os nossos irmãos que lá vivem. É preciso criar um comboio humanitário, como já disse, que leve comida, os medicamentos necessários. Também aqui a Academia do Bacalhau está a ter um papel importante, está a ajudar. Mas, temos de fazer ainda mais todos!
Quero ainda aqui deixar algumas palavras para as comunidades que a delegação madeirense (que estará presente no 47º Congresso Anual das Academias do Bacalhau) irá visitar, como são os casos de Pretória e Cidade do Cabo, cidades com forte presença madeirense e as quais já tiv o prazer de visitar e com cujos emigrantes tive a oportunidade de conviver.
São comunidades muito fortes, muito solidárias, com um forte apego à terra natal. Que sempre nos ajudaram, quando foi preciso. Comunidades que se vão impondo cada vez mais nas conjunturas locais, com forte impacto na economia e na cidade e do País e com uma cada vez mais participação cívica e política.
Estes encontros, não temos porque nega-lo, são também fóruns de negócio.
Daí que a delegação madeirense vá integrar também um grande conjunto de empresários madeirenses, promovendo também relacionamentos empresariais que podem vir a tornar-se frutuosos, como já acontece no passado.
Uma comitiva madeirense que visitará também a pequena, mas notável comunidade de madeirenses em Walvts Bay, na Namíbia.
Uma palavra final para o JM, promotor desta iniciativa. Mais um bom serviço que presta à Madeira. O JM tem sabido ser locomotiva do desenvolvimento empresarial madeirense, ao fazer questão de levar, a todos os lugares onde realizar eventos, delegações multifacetadas e transversais, que representam o que de melhor a Madeira tem.

In «JM Comunidades»