Com a lotação esgotada, o Theatre Marcellus acolheu fadistas e amantes do Fado num evento levado a cabo pela organização ‘The Best of Portugal’, de que são diretores Noberto e Paula Costa.
Uma apresentação espetacular do radialista e apresentador de televisão Rui Almeida, que teve o cuidado de explicar em duas línguas o Fado e as suas origens, assim como nomes sonantes da Canção de Lisboa, e fê-lo de forma fascinante que preendeu a atenção dos presentes que lhe tributaram uma merecida ovação sem que tivesse monopolizado os microfones.
Uma exibição maravilhosa que encantou a todos foi a espetacular exibição das violas de Manuel de Freitas e Manuel Proença e do guitarrista Manuel Neto, numa exibição onde o trinar da sua guitarra encantou a todos.
Ana Sofia Varela e Camané estiveram, como lhes é peculiar, em grande plano e a aclamação de pé, de forma tão amistosa por parte dos presentes repercutiu a admiração por estes que são considerados expoentes máximos da canção nacional.
Camané, um pouco emocionado, explicou as razões da ausência de Carlos do Carmo, por motivos de saúde, não deixando de mencionar o muito que lhe deve e ato contínuo solicitou um aplauso para o grande ausente da noite, o que foi imediatamente correspondido.
No decurso da sua atuação, Camané fez uma pausa para recordar a celebração dos 100 anos do nascimento de Nelson Mandela e anunciando que o Fado ‘Abandonados’ era dedicado a Mandela, ouvindo-se em seguida um estrondosa salva de palmas.
Neste evento estiveram pela primeira vez cineastas sul africanos, embaixadores de diferentes países, para além de embaixadores e pessoas oriundas de países lusófonos. Presentes as autoridades diplomáticas e consulares portuguesas acreditadas no país.
No fim da actuação, o JM perguntou a Camané se havia algum motivo especial para o fado que dedicou a Nelson Mandela, ao que respondeu: “sim, teve uma intenção especial. Foi um fado da nossa Amália que se relacionava com os presos polítcos pela PIDE. Foi o que senti e achei apropriado, disse-nos”.