Jin Sun Lee, Katriina Pires e Mestre Capitão, ex-trabalhadores da Expo"98, tinham a fadista como símbolo por excelência de Portugal.

Amália

Chamavam-lhe a grande embaixadora dos portugueses. Não era por acaso. Nem era exagero. Amália Rodrigues foi para muitos estrangeiros o primeiro contacto com Portugal. E uma inspiração. Foi esse o caso de Jin Sun Lee, sul-coreana que esteve entre os muitos estrangeiros que trabalharam na Expo"98.

"Eu ouvia músicas do mundo na rádio. Gravava as que gostava. Um dia conheci a Amália num concerto privado em Seul e, apesar de eu não querer e ter resistido, fizeram-me cantar para ela. Cantei o tema Barco Negro. Ela então pegou na minha mão e disse estar admirada por uma menina tão nova cantar uma música tão melancólica", conta ao DN a atual funcionária da embaixada da Coreia do Sul e ex-funcionária do pavilhão da Coreia do Sul na Expo"98.

O fado foi uma das razões que levou Jin Sun Lee a querer aprender português e vir para Portugal. O mesmo aconteceu com Katriina Pirnes, finlandesa, cujo primeiro contacto com a língua de Camões se deu no Brasil. "Gosto muito de samba e muito de fado. O primeiro tem muito a ver com o meu lado positivo e o segundo com a melancolia que também caracteriza um pouco os finlandeses. Os finlandeses adoram o fado, mesmo que não percebam uma única palavra", refere a ex-guia do pavilhão finlandês e atual funcionária da embaixada da Finlândia em Lisboa.

Elísio do Capitão Grosso, membro dos Olharapos na Expo"98, também tinha, em Angola, uma ideia de Amália. Mas como constatou quando chegou a Lisboa, não estava muito atualizada. "Memorizei uma imagem da Amália novinha, como na capa dos discos, mas depois não era assim", afirma, falando de forma carinhosa e ao mesmo tempo bem humorada.
Amália foi homenageada num evento na Expo"98. A diva do fado tinha dado o seu último espetáculo aberto ao público em Portugal, no Coliseu dos Recreios em 1994. Morreu aos 79 anos no dia 6 de outubro de 1999 e as suas cerimónias fúnebres levaram milhares de portugueses às ruas. A fadista foi trasladada para o Panteão em 2001.

In «DN»