Após New York, Londres e Milão foi a vez de Paris acolher a Fashion Week Outono Inverno 2016/2017. Durante 9 dias, Paris, transformou-se no epicentro da moda, reunindo estilistas, fahionistas, jornalistas de moda e algumas estrelas. A estilista madeirense, Fátima Lopes integrou mais uma vez o precisoso calendário da moda parisiense no passado dia 4 de março, no “Laboratoire”, em Paris.
Passageiro, mutável, indeciso, foi o universo da mulher versátil que Fátima Lopes escolheu através da sua nova coleção outono-inverno 2016/2017. A criadora apresentou uma mulher moderna que sabe aliar o espírito da costura de um vestido-smoking a um mais rock, um casaco easy-to-wear.
Uma coleção construída à volta de um estilo que se adapta às circunstâncias e às viravoltas da vida moderna. Os decotes profundos, as rachas atrevidas, as saias curtas, os vestidos com padrões gráficos e femininos, tudo numa mistura de tecidos nobres: lã, cashemere, couro e rendas, eis um vestuário contemporâ- neo que seduziu o público presente. “Inspirei-me na mulher versátil, sofisticada, sensual, elegante e ao mesmo tempo que pudesse ser transformada e que de acordo com a mistura das peças pudesse ser ou mais alta-costura ou mais casual.
Estas peças misturadas de formas diferentes dão looks diferentes”, começou por explicar no final do desfile. As peças podem assim ser todas misturadas “a partir daí foi trabalhada uma coleção muito geométrica. Propus cores subtis, começámos com o branco, depois passámos para uns tons escuros como o cinzento e o cereja escuro, a seguir temos o cor verde pavão e terminámos com o preto. Uma coleção muito chique”, referiu ao LusoJornal. Dois meses foram precisos para trabalhar nesta coleção. Sem esquecer os sapatos, cuja coleção já vai na 4° edição, “uma aposta muito forte nos sapatos, e vamos começar agora a distribuição internacionalmente”, acrescentou. Esta já é uma relação ‘de amor’ que dura há 17 anos com Paris, “cada vez que venho é um novo desafio. Este é o 35° desfile nenhum é igual ao outro. O último era de verão ‘simplicidade é a chave do brilho’ este é o contrário, ‘sofisticação ao máximo’ portanto eu gosto sempre de mudar, cada coleção é única”, disse entusiasmada. Sobre a nova geração de estilistas portugueses, a estilista apontou que Portugal tinha tudo para ser uma potência em termos de moda. “Temos muitos estilistas, temos sobretudo muita indústria e de boa qualidade, portanto se temos indústria e criadores é só unirmos e acho que Portugal em breve pode estar num patamar em moda muito sério, assim haja vontade da parte dos industriais, dos criadores, como dos investidores. Está na altura dos investidores portugueses perceberem que moda é negócio no mundo inteiro, porque é que não pode ser em Portugal?”
Para Fátima Lopes, o lema da sua vida e do seu trabalho é ser feliz, a estilista mais célebre em Portugal reconheceu estar numa fase da sua vida em que não se aborrece com nada. “Acho que a maior parte das coisas não merecem, acho que perdemos tempo com tanto disparate às vezes. Damos importância a coisas pequeninas que não valem nada e por vezes somos tão felizes com coisas pequeninas”, concluiu.