A impossibilidade de participarem nas eleições em Andorra, mesmo as municipais, e a dupla tributação que ainda se mantém são preocupações dos emigrantes portugueses em Andorra, disse David Borges, conselheiro das comunidades portuguesas no principado.
David Borges falava a propósito da visita oficial do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a Andorra, que decorreu entre quinta e sexta-feira, dia em que se juntou à Festa da Virgem de Meritxell, feriado nacional, e esteve com a comunidade portuguesa, num convívio com atuação do cantor David Carreira.
Quanto à participação dos emigrantes nas eleições em Andorra, o conselheiro das comunidades salientou que "a Constituição do principado não aceita a dupla nacionalidade" e restringe o direito de voto aos cidadãos nacionais.
Os cerca de onze mil portugueses que residem em Andorra - e que são a segunda maior comunidade estrangeira, a seguir aos espanhóis, representando 13% da população total - estão, por isso, excluídos de participar nos atos eleitorais, mesmo nas eleições municipais, o que é uma reivindicação antiga.
No que respeita aos impostos, os ministros dos Negócios Estrangeiros de Portugal e de Andorra reuniram-se em Lisboa em fevereiro do ano passado e assinaram um convénio para eliminar a dupla tributação, que segundo David Borges afeta empresários e também reformados que recebem pensões de Andorra em Portugal.
O conselheiro das comunidades portuguesas referiu que falta ainda, contudo, a aprovação parlamentar para que o acordo bilateral nesta matéria entre em vigor.