Neste momento, a instituição está moribunda, mas o ‘presidente eleito’ promete tudo fazer para dar nova vida à Casa da Madeira, um futuro que terá de passar pelos jovens, nomeadamente, os estudantes.
A Casa da Madeira em Lisboa está sem sede, mas deverá renascer em breve. Essa é a vontade de Artur Bazenga Marques, novo presidente eleito, mas ainda sem posse anunciada.
A instituição, que durante vários decénios marcou os madeirenses residentes em Lisboa, em especial, os estudantes, está moribunda. Uma situação acentuada pela perda da sede física, o que aconteceu com a entrega, pelo Governo regional, da habitação onde funcionava a Representação Permanente da Madeira, na capital, que era, em simultâneo, a sede da Casa da Madeira.
Ao DIÁRIO, Artur Bazenga Marques explica que existe um conjunto de procedimentos legais, que têm ser cumpridos, antes de poder tomar posse. O ‘novo presidente’ fez parte da direcção de Claudia Aguiar e ficou com “o bebé nos braços”, quando da saída daquela, por incompatibilidade. O desejo é de “arrancar com tudo legal”.
Entre os vários aspectos estão, a título de exemplo, a alteração de Estatutos, que têm mais de 40 anos, de forma a adaptá-los às novas realidades social e legal. A questão do utilidade pública é uma das, a ver com muita atenção.
Internamente, há que organizar, por exemplo, os ficheiros dos sócios e tentar encontrar um espaço físico para servir de sede. Algo modesto mas indispensável. Neste momento, a sede de referência é a casa de Artur Bazenga Marques.
Bancário de profissão, o dirigente explica que para a realização de eventos é mais vantajoso arrendar espaços. Sai mais barato do que pagar uma renda elevada durante todo o ano por um espaço, para ter melhores condições para algumas acções pontuais.
Durante todo este processo, a Casa da Madeira de Lisboa não recebe qualquer subsídio, nem o pretende, enquanto não estiver tudo resolvido. Até lá, a instituição vive financeiramente do montante arrecado com várias iniciativas, enquanto funcionava, como os convívios, mas “não é muito”.
Iniciativas ainda neste ano
Artur Bazenga Marques manifesta um firme desejo de retomar as iniciativas da Casa da Madeira em Lisboa, ainda neste ano. Para o período pós-férias de Verão, promete revelar as acções a desenvolver.
O dirigente lembra que é necessário ter muita força de vontade e perseverança para levar a bom porto um projecto como o da instituição, mas entende que ainda faz sentido e há um papel a desempenhar, nomeadamente junto dos estudantes. A chegada a Lisboa e o final do curso são os momentos mais indicados, na procura de casa e no encontro de trabalho. A referência é a Casa de Tomar, com quem a da Madeira tem uma boa relação.
Além dessa relação, a aprendizagem com o que, nomeadamente, as casas da Madeira de Coimbra e dos Açores fazem vai ser importante para definir o futuro da instituição na capital do País.
Certo mesmo é que os jovens terão de ter um papel nesse futuro e será procurado o envolvimento das empresas regionais no projecto, tal como acontece com as de Tomar e a respectiva casa. Existem, por exemplo, apresentações de produtos e envolvimento nas saídas profissionais.
Governo disse acreditar nos sócios
A Casa da Madeira em Lisboa estava sediada na Representação Permanente da Região Autónoma da Madeira, que ficava situada na zona do Restelo. Uma espécie de embaixada da Região, que nunca chegou ser devidamente rentabilizada, mas que custou aos cofres da Madeira mais de meio milhão de euros em rendas.
Quando, em Junho de 2015, o Governo regional, pela Secretaria dos Assuntos Parlamentares e Europeus, anunciou a entrega do imóvel, disse acreditar que a casa da madeira encontraria outra solução, mais adequada à sua função. “Este encerramento pode ser visto como uma oportunidade para a Associação que dirige a mesma, tendo em vista a identificação de um local mais adequado para a dinamização daquela estrutura associativa”.
Em comunicado, o Governo reafirmava “a sua vontade de colaborar com a Casa da Madeira, como ficou explícito com a recente (de então) aprovação dos novos contratos-programa que viabilizam o pagamento da verba correspondente a 2014, bem como no recente pagamento das verbas atrasadas respeitantes a 2013, mas respeita a independência desta, como de todas as outras associações, confiando que os seus representantes encontrarão as melhores soluções para o futuro da instituição.”
In «Diário de Notícias da Madeira»