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África do Sul


Segundo a Direcção-geral dos Assuntos Consulares e Comunidades Portuguesas, viviam na África do Sul cerca de 200 mil madeirenses em 2011, mais os seus descendentes. Ao contar com as terceiras e quartas gerações, admite-se que o número de madeirenses e seus descendentes possa ser muito superior, rondando os 500 mil.
Só na cidade de Joanesburgo - uma das mais procuradas - estima-se que residam mais de 250 mil portugueses, na sua maioria madeirenses. Durban reúne uma comunidade portuguesa de 10 mil portugueses, 70% dos quais são oriundos da Região. Por sua vez, a Cidade do Cabo, pioneira da emigração regional desde o último quartel do século XIX, conta com 20 mil portugueses, maioritariamente de origem madeirense.
A emigração madeirense para a África do Sul teve início nos anos 40, durante a Segunda Guerra Mundial, na altura, para escapar às dificuldades geradas pela guerra. 
Muitos foram os que se aventuraram nos barcos ingleses que passavam pelo Porto do Funchal, indo desembarcar na Cidade do Cabo. Aí chegados, faziam a viagem de comboio até ao Transvaal - a província onde ficava Joanesburgo, capital económica - e Pretória, a capital política. Outros optaram por fazer a viagem via Maputo. D. Teodósio Clemente de Gouveia (1889-1962), o primeiro cardeal em solo africano, auxiliou muitos madeirenses a fazer esta transição entre países e cidades.
Os primeiros madeirenses dedicaram-se à agricultura, em grandes quintas, e ao comércio, abrindo, mais tarde, lojas para venda dos produtos cultivados e alguns supermercados.
O segundo grande momento de emigração para a África do Sul dá-se com a independência das ex-colónias portuguesas de Angola e Moçambique, em 1975.
Actualmente, os portugueses e madeirenses trabalham, maioritariamente, nas áreas da agricultura, do comércio, da indústria automóvel, da construção civil, das indústrias de produtos alimentares e de manufacturação diversa, não sendo de excluir as profissões liberais.

Antilhas Holandesas


Actualmente, estão inscritos nos postos consulares das Antilhas Holandesas, cerca de 3.000 portugueses, maioritariamente da Madeira, ainda que tudo aponte para que este número seja superior.
Este grupo de ilhas do Sotavento era formado por Aruba, Curaçau e la Margarita. Hoje, apenas as duas primeiras se encontram sob a soberania holandesa, estando a última sob jurisdição venezuelana.
Os dados estatísticos sobre a emigração para as Antilhas Holandesas remontam a 1945, mas há registos anteriores. Ainda assim, é na década de 40 que se dá o surto migratório para o Curaçau, coincidindo com o desenvolvimento económico deste destino.
A economia do Curaçau e Aruba eram dominadas pela indústria da refinação do petróleo, que ganhou maior dinâmica durante e após a Segunda Guerra Mundial. A refinaria instalou-se no Curaçau em 1916 e, duas décadas depois, inicia-se o recrutamento de trabalhadores madeirenses.
Em 1945, cerca de 46% do total de emigrantes madeirenses (2.769) tinha como destino as Antilhas Holandesas, fundamentalmente o Curaçau. Nos anos seguintes e até 1951, o peso total da emigração para aquele destino foi menor, oscilando entre os 14% (1949) e os 35% (1946).
A partir de 1952 e até 1970, o fluxo diminuiu drasticamente e a percentagem passou a oscilar entre os 7% (1952) e os 0,9%, já em 1964. Findo este período, iniciaram-se os chamados "retiros".
Alguns madeirenses optaram por ficar, dedicando-se à actividade comercial e à hortifruticultura. Outros escolheram regressar à Madeira ou partir rumo à Venezuela e ao Brasil.
Na ilha de Curaçau, com uma população de cerca de 150 mil habitantes, residem 3 mil portugueses, maioritariamente da Madeira e, em concreto, do concelho da Ponta do Sol, que aí se instalaram por volta dos anos trinta. Dedicam-se, hoje, ao comércio, sendo proprietários de estabelecimentos de géneros alimentícios.
Já em Aruba vive uma comunidade de cerca de 2.000 portugueses, muitos naturais do Estreito da Calheta, chegados a esta ilha há mais de 30 anos e que hoje se dedicam, principalmente, ao comércio.

Austrália


Os madeirenses foram pioneiros na emigração portuguesa para a Austrália e, na década de 50, já tinham estabelecido uma pequena comunidade piscatória, na cidade de Fremantle, na costa ocidental. Desde então, os portugueses continuaram a chegar a este país em número sempre crescente até aos anos 90.
De acordo com o recenseamento de 1996, levado a cabo pelo Australian Bureau of Statistics, a Austrália contava, nesta altura, com cerca de 17 mil residentes, nascidos em Portugal e cerca de nove mil descendentes de portugueses que, em conjunto, representavam 0,15% da população. Apesar de pequena, a comunidade encontra-se bem organizada e desenvolve, maioritariamente, a sua actividade em áreas como a restauração e a hotelaria.
A comunidade portuguesa conta com profissionais altamente qualificados, como médicos, advogados e docentes universitários, que muito têm contribuído para a divulgação da cultura portuguesa. Contudo, e no geral, a presença portuguesa é discreta.
Estima-se que residam, neste país, 40 a 50 mil madeirenses e seus luso-descendentes, particularmente em Sydney (Woolongons), em Melbourne e em Perth (Fremantle). São, na sua maioria, trabalhadores assalariados, ainda que alguns se dediquem ao sector piscatório no West da Austrália.
Em Perth, existem duas grandes famílias de empresários: Os "Correia" e João da Silva, tendo este último ganho o prémio do maior empresário do ano 2006 na Austrália.

Brasil


A emigração madeirense para o Brasil processa-se ao longo de cerca de 500 anos de vagas migratórias. Existiram grandes saídas nos séculos XVII e XVIII e igualmente em finais do século XIX e durante a 1ª metade do século XX.
A ligação da Madeira àquele continente é, provavelmente, anterior à descoberta oficial. Muito possivelmente, teriam partido da Madeira, em inícios ou meados de 1493, as primeiras caravelas que exploraram e demarcaram a localização do território brasileiro, para incorporá-lo na área afecta à coroa portuguesa, definida no Tratado de Tordesilhas, assinado no ano seguinte de 1494. 
A Madeira serviu também como modelo para a colonização do Brasil, baseado nas capitanias hereditárias e nas sesmarias.
Já em 1525, Antão de Leme, natural da Madeira, tinha sido o Primeiro Juíz Ordinário de Santa Catarina, segundo nos dá conta Mota de Vasconcelos, em a Epopeia do Emigrante Madeirense"
Nos inícios da segunda metade do século XVI, seguiram para o Brasil vários elementos ligados à cultura açucareira e, nos anos seguintes, indivíduos nascidos na Madeira continuavam a integrar a nova câmara da cidade de Salvador da Baía, registando-se igualmente a presença de madeirenses na área de São Vicente e de Santos. A partir dos meados e finais do século XVI, o Brasil foi o principal destino da emigração madeirense, situação que se manteve até muito recentemente.
A construção do Brasil, a partir do século XVI, fez-se por força da intervenção das gentes do reino, mas também das ilhas. Nos séculos XVI e XVII, a maior intervenção foi de madeirenses, enquanto que no século XVIII, nota-se a dominância de gentes de origem açoriana, para nas centúrias seguintes termos uma distribuição variada.
Nos séculos XVII e XVIII, milhares de famílias partiram para as colónias. 
O Brasil apresentava-se como uma terra de enormes oportunidades para os portugueses, sem os perigos que tinham de enfrentar noutras regiões do mundo, atraídos pela exploração do açúcar, do tabaco e, mais tarde, do ouro e pedras preciosas.
Os fluxos migratórios eram suscitados pelas necessidades de mão-de-obra em inúmeras actividades, em especial as relacionadas com o comércio, a indústria, mas também as plantações de café e de algodão. Os emigrantes europeus, incluindo os madeirenses, foram substituindo esta mão-de-obra.
Com a implantação da República em Portugal, a vaga de emigrantes rumo ao Brasil continuou, mas em menor número.
Durante a longa permanência madeirense em terras de Vera Cruz, muitos foram os clubes, associações e missões criadas, sobretudo nas principais cidades costeiras brasileiras, mantendo-se vivo, ainda hoje, um património humano e cultural assinalável.

Canadá


Conhecer a atual vivência portuguesa no Canadá e, de forma especial, a madeirense, implica um recuo às origens do movimento que se iniciou no século XV, com a aventura de madeirenses e açorianos na busca das terras ocidentais e que, mais tarde, se consolidou na rota da pesca do bacalhau.
A história refere-nos uma longa tradição que vincula o português, ilhéu ou não, a este mundo ocidental, desde a segunda metade do século XV.
Os "bancos" do bacalhau da Terra Nova são o principal vínculo português a estas paragens até 1953, altura em que se iniciou a emigração organizada de portugueses. 
A 2 de Junho de 1963, fundava-se em Toronto o Canadian Madeira Centre.
Passavam então dez anos sobre a chegada do primeiro grupo de madeirenses a este país.
Existem documentos que provam o interesse do governo português em enviar portugueses para o Canadá, mas os sucessivos pedidos das autoridades portuguesas foram negados por mais de três décadas.
Só em 1953 é que foi autorizado o primeiro contingente de portugueses, cerca de 300. Destes, saíram do Funchal 50 agricultores e 75 homens ligados ao sector vinícola.
O ano de 1963 é deveras importante para a comunidade madeirense. Ela cresce a olhos vistos e ganha algum fulgor económico. Acalenta-se a busca das origens através do espírito associativo, que deu forma à materialização das festas populares. Para isso, adquiriu-se um espaço a que se chamou "Madeira Park" e onde têm lugar as festas tradicionais madeirenses, com especial destaque para a de Nossa Senhora do Monte.
A Casa da Madeira Community Centre e o Madeira Park fazem da nossa ilha um espaço universal e muito próximo e presente destes emigrantes.

Equador


Os primeiros portugueses chegaram ao Equador no final da década de 40, à procura de melhores oportunidades de trabalho. Hoje, são cerca de 100 os naturais de Portugal, maioriatariamente da Madeira que, em conjunto com as suas famílias agora equatorianas, chegam a cerca de 800 pessoas.
Os primeiros chegaram a Guayaquil em pequenos barcos de arraste, vindos do Panamá, país onde tinham tentado a sua sorte na atividade pesqueira de camarão. Partiram rumo ao Equador por intuição e pelo facto de terem ouvido que este seria um bom destino para a pesca, o que se veio a confirmar.
Uma vez estabelecidos, chamaram os seus familiares e amigos. 
Sendo uma comunidade pouco numerosa, possui o grande mérito de ter descoberto e desenvolvido a atividade pesqueira que, há 50 anos, encontraram praticamente inexplorada.
Aplicaram as suas técnicas e, com grande espírito empreendedor e de trabalho, formaram a primeira frota pesqueira, chegando a construir, em poucos anos, mais de 100 barcos.
Actualmente, são cerca de 150 os barcos pesqueiros camaroeiros existentes na costa do Equador, metade dos quais dirigidos e administrados por portugueses que têm desenvolvido, simultaneamente, a pesca do atum e da sardinha, detendo já uma percentagem de negócio que ronda os 40%.

E.U.A.


O continente americano foi o principal destino da emigração madeirense no século XIX, recebendo 98% dos emigrantes saídos da Madeira. Antilhas inglesas, Brasil, América do Norte e Ilhas do Havai foram os principais destinos.
A presença portuguesa nos Estados Unidos remonta a 1850, quando muitos portugueses participaram na corrida ao ouro e na fundação de colónias agrícolas, na Califórnia. Os negócios ligados à pesca da baleia contribuíram, igualmente, para uma grande vaga de emigração.
Manuel de Oliveira foi o primeiro madeirense a chegar a este país, tendo sido nomeado administrador da Missão de São Gabriel.
Nesta Costa Leste ou Costa Atlântica, os madeirenses dedicaram-se, sobretudo, à indústria. Muitos fixaram-se em New Bedford no princípio do século XIX, onde, ainda hoje, têm uma presença significativa. As Festas do Santíssimo Sacramento, a grande parada e o museu da Madeira são alguns exemplos da presença viva da nossa cultura, nesta cidade.
Nos séculos XIX e XX, os portugueses dedicaram-se, maioritariamente, à agricultura e agropecuária. Os madeirenses dedicaram-se mais à pesca na parte sul do Estado da Califórnia, em San Diego, onde foram bem sucedidos e cuja presença se faz sentir nas Festividades de Cabrillo.
Nas duas primeiras décadas do século XX, emigraram para os EUA cerca de 130.000 portugueses. De 1900 a 1914, esse número representou 16,7% da nossa emigração. Entre 1916 e 1920, esta percentagem aumentou para 37,3%.
Os anos 30 e 40 registam um acentuado decréscimo deste fluxo, ultrapassado a partir de meados dos anos 50, sendo que, de 1960 a 1990, os EUA receberam, segundo números oficiais, 218.541 portugueses. 
O último censo americano, datado de 2009, indica um total de 1.447.780 portugueses e luso-americanos a residir nos EUA. A comunidade madeirense representa 3 a 5% do total de portugueses residentes neste país.
A grande maioria dos membros da comunidade portuguesa trabalha por conta de outrem, na indústria, sendo considerável o número daqueles que trabalham nos serviços e se destacam na área científica, no ensino e nas artes. Existe um número significativo de profissionais liberais.
Há, neste momento, cerca de 60 cidadãos portugueses ou luso-descendentes eleitos a exercerem actividade política.
Nos Estados Unidos da América, existem 343 colectividades portuguesas e luso-americanas, compreendendo associações recreativas e culturais, clubes desportivos e sociais, fundações para a educação, bibliotecas, grupos de teatro, bandas filarmónicas, ranchos folclóricos, sociedades de beneficência e religiosas e casas regionais, com destaque para a Associação Protectora da União Madeirense, criada em 1911, cujo primeiro presidente foi o madeirense João Gouveia.

 

França


O fenómeno da emigração para a França é algo recente e remonta ao final dos anos 50 do século XX, quando cerca de 1,5 milhão de portugueses emigrou para este país.
Em 1990, viviam neste país 798.837 cidadãos de origem portuguesa, dos quais 603.686 mil haviam nascido em Portugal e 195.151, já na França.
Em finais do século XIX, as estatísticas francesas registam um aumento crescente no número de emigrantes portugueses. De cerca de 200, em 1876, passaram a 1.300, dez anos depois. O maior aumento dá-se, contudo, após a 1ª. Guerra Mundial, quando se fez sentir a falta de mão-de-obra para a reconstrução deste país.
Em 1921, residem 10.800 portugueses em França, um número que passa para 28.900, em 1926, e para 49.000, em 1931 (dados oficiais). Nos anos trinta e quarenta, este número diminui, mas logo no início dos anos 50 recomeça o fluxo emigratório.
A emigração que ocorre a partir dos anos 50 tem uma natureza muito distinta da anterior e é marcada por uma profunda descrença nas capacidades de desenvolvimento de Portugal. Em 1970, atinge-se o valor recorde: 135.667 indivíduos, num só ano.
Entre 1958 e 1974, cerca de um milhão de portugueses instala-se em França.
Existe uma comunidade de madeirenses e luso-descendentes com alguma expressão em Nantes/ Cholé, em Nice e em Paris, na localidade de Ormeson-Sur-Marne.

Ilhas do Canal

A partir de 1952, a Inglaterra e as Ilhas do Canal passam a ser descobertas num outro conceito de emigração: a emigração sazonal. Aproveitando a sazonalidade que caracterizava o turismo da Madeira naquela época, os madeirenses, ocupados na hotelaria, deslocavam-se na época de Verão rumo a este destino para trabalhar no mesmo sector, regressando à Madeira para a época de inverno.
A emigração temporária organizada para as Regiões Autónomas de Jersey e Guernsey terá tido o seu início em 1978. Os que optaram por Jersey, ocuparam-se, maioritariamente, na hotelaria e na agricultura, enquanto aqueles que saíram para Guernsey ficaram ligados à floricultura e à horticultura.
Os primeiros dados sobre a nossa presença em Jersey remontam ao ano de 1934, ainda que existam testemunhos anteriores a esta data. 
A emigração madeirense começa a ganhar expressão no final dos anos quarenta, sendo que a maioria estava ligada à hotelaria e ia a Jersey numa base sazonal. 
Em 1961, existiam, nesta ilha, cerca de 500 portugueses. 
A agricultura só aparece nos anos 70. Em 1972, existiam 1.800 madeirenses em Jersey, número que se manteve inalterado até ao Censos de 1981 e que triplicou no Censos de 1991. O Centro das Comunidades Madeirenses começou a registar este fenómeno em 1978, com a saída de doze madeirenses, sendo que esse número de saídas, em 1980, já ultrapassava as quinhentas pessoas, e, em 1990, as mil, maioritariamente ocupadas na agricultura. 
Hoje, os madeirenses e os seus descendentes estão maioritariamente integrados nas áreas da hotelaria e restauração, ainda que muitos trabalhem também em hospitais, em repartições públicas e até na Praça Financeira e "Off Shore", componente muito importante para a economia de Jersey. 
Quanto à emigração madeirense para Guernsey, há registo de que o primeiro emigrante português, natural da Madeira, tenha aí chegado em 1962, ao qual muitos outros se seguiram. Estes pioneiros madeirenses empregaram-se na indústria hoteleira e nos serviços de catering.
Após a adesão da Itália à CEE, em 1979, o número de italianos que trabalhava em Guernsey diminuiu significativamente, tendo as vagas deixadas por estes sido preenchidas por mão-de-obra madeirense, com uma comunidade que, na altura, rondava as 400 pessoas.
Uma das datas celebradas pela comunidade portuguesa, radicada em Jersey, é o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, celebrado pela primeira vez a 10 de Junho de 1980, pela Associação Portuguesa de Guernsey, entidade que tem desempenhado um importante papel como mediadora entre as autoridades locais, portuguesas e madeirenses, junto da comunidade portuguesa radicada em Guernsey. De referir que esta associação se encontra filiada desde 1983 noutras organizações homólogas, existentes no Reino Unido e registada em Lisboa, junto das Comunidades Portuguesas.
Em 1986, quando Portugal aderiu à CEE, Guernsey recrutou um grande número de trabalhadores para os sectores do turismo e da floricultura e horticultura.
Em 1990, com a livre circulação de trabalhadores no espaço europeu, este número começou a aumentar, sendo que em 2000 a comunidade portuguesa/madeirense representava já 3,3% da população de Guernsey, cifrando-se em cerca de 2.000 pessoas. Este foi também o ano em partiram mais madeirenses, rumo a Guernsey, em número de 719, entre 1990 e 2011, segundo dados do Centro das Comunidades Madeirenses.
Com a quebra registada nos dois sectores de atividade já referidos, os portugueses diversificaram as suas ocupações, empregando-se em hospitais, serviços domésticos, lavandarias, comércio a retalho, serviços de limpeza, supermercados, banca, seguros e indústria da construção. Alguns criaram o seu próprio emprego. Já a maioria dos luso-descendentes, de segunda geração, trabalha na banca, finança, serviços sociais, medicina, direito e arquitetura.
Atualmente, a comunidade portuguesa em Guernsey cifra-se em cerca de 1.400 pessoas. 
Refira-se que a biblioteca pública de Guille-Alles, em St. Peter Port, tem uma coleção de livros em língua portuguesa e que existem, pelo menos, dois restaurantes de comida típica, onde é possível apreciar boa gastronomia portuguesa, acompanhada de um bom vinho nacional.

Panamá


Atualmente, estima-se que residam neste país cerca de 350 portugueses, dos quais 90% são naturais da Madeira. Encontram-se espalhados pelo território, ainda que com maior concentração na capital.
A emigração portuguesa para o Panamá iniciou-se nos anos 50 e 60, tendo o sector das pescas sido a primeira grande atividade dos portugueses, hoje perfeitamente integrados na sociedade panamiana.
Ainda que esta atividade ocupe, ainda hoje, parte significativa dos portugueses e luso-descendentes, verifica-se uma maior diversidade nas profissões desempenhadas pelos mais jovens.

Reino Unido


Embora a presença dos portugueses na cidade de Londres seja secular, a Comunidade Portuguesa em Londres ganhou maior visibilidade nos últimos 15 a 20 anos.
Os madeirenses lideraram a vaga mais recente da emigração portuguesa, a qual acabou por se radicar em algumas zonas a norte do Rio Tamisa como Portobello Road, Camden e Harlesden. é, todavia, no município de Lambeth, no sul londrino, que se encontra a maior concentração de portugueses, sendo esta a zona mais conotada com a nossa presença, nesta capital.
O enclave de Stockwell e Vauxhall, em Lambeth, é conhecido por Little Portugal. Qualquer português que chegue a Londres é de imediato encaminhado para esta zona, que acaba por ser a porta de entrada dos lusófonos para o Reino Unido.
Nos últimos dez anos, a emigração oriunda de países de expressão portuguesa tem vindo a incrementar consideravelmente a visibilidade da Comunidade Lusófona no Reino Unido. Embora a grande maioria dos emigrantes, para terras britânicas, sejam do Brasil e de Angola, o tecido multiétnico e cultural do Reino Unido conta com significativos contributos de Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau e Moçambique, e até de outros enclaves menores como Macau, Goa e Timor Leste.
Na sua grande maioria, estas comunidades lusófonas centram-se na capital.
A comunidade madeirense em Londres é a mais antiga de toda a comunidade portuguesa. Estima-se que sejam 400 mil os portugueses em todo o Reino Unido, dos quais cerca de 120 mil madeirenses só na capital britânica. Números que fazem com que esta seja a nossa terceira maior comunidade no mundo.
Existem, para além das mencionadas, duas outras comunidades madeirenses na Inglaterra, que merecem destaque: a de Manchester e a de Bormouth.
Em termos profissionais, os portugueses se integram em todos os domínios da vida económica e empresarial, particularmente nas áreas da restauração e construção civil.

Venezuela


Na Venezuela, reside uma das maiores comunidades madeirenses espalhadas pelo mundo. Estima-se que residam, neste país, cerca de 300 mil madeirenses ou luso-descendentes, num total de 500 mil portugueses.
A afluência de emigrantes portugueses para a Venezuela iniciou-se na década de 40 e prolongou-se até meados dos anos 80.
De 1950 a 1969, chegaram ao território venezuelano 73.554 portugueses, dos quais 38.737 madeirenses, 17.286 aveirenses, 7.214 portuenses e os restantes provenientes de outros distritos do país.
Num primeiro momento, estes emigrantes dedicaram-se, sobretudo, à agricultura. Contudo, a partir de 1948, a grande maioria passou a desenvolver a sua actividade ligada ao comércio - essencialmente de alimentos - mas rapidamente começou a diversificar a sua ocupação profissional, enveredando pela pequena e média indústria, sobretudo no sector manufactureiro.
Actualmente, existem luso-venezuelanos a desempenhar as mais diversas profissões: Empresários, arquitectos, engenheiros, advogados, economistas, professores, médicos, eclesiásticos, militares e alguns políticos.