Passados poucos dias após a União Europeia ter suspendido os voos da África do Sul para os países europeus, a comunidade sul-africana fala em “penalização” por ter alertado o mundo para a existência de uma nova variante da Covid-19, a Ómicron.

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Mas a verdade é que para comunidade madeirense residente na África do Sul, apesar de alguns constrangimentos, a vida segue com a normalidade possível dentro do contexto pandémico.
“Para já os impactos são poucos. O maior impacto foi a suspensão dos voos da Europa para a África do Sul. Inacreditavelmente, e apesar de a comunidade ter uma grande dimensão, ultrapassando os 400 mil madeirenses residentes em terras sul-africanas, Portugal não tem voos diretos para a África do Sul há já 12 anos”, avançou o diretor regional das Comunidades e Cooperação Externa, ironizando acerca da estratégia de mobilidade adotada pela TAP para os países da Diáspora.
“Os portugueses para chegarem a Portugal têm de voar em outras companhias aéreas europeias, que neste momento suspenderam os voos. Esse foi o grande impacto”, reforça.
O governante madeirense, tem estado em contacto permanente com a comunidade madeirense residente na África do Sul, desde o dia 28 de novembro, e os relatos são de serenidade apesar de haver expectativa natural.
Recorde-se que o presidente sul-africano fez uma declaração ao país na noite de domingo e não tomou nenhuma medida adicional às que já se encontravam em vigor.
“A economia funciona, o comércio está todo aberto. Não foram anunciadas medidas adicionais às existentes. A única medida que se mantém é o recolher obrigatório entre as 24h00 e as 4h00 da manhã”, disse Rui Abreu.
No entanto alerta que “é natural que o governo venha a tomar algumas medidas adicionais” tendo em conta as circunstâncias e especificidades daquele país.
“Na África do Sul, o verão começa agora, com dezembro e janeiro a corresponder aos nossos meses de julho e agosto. Há férias grandes, há verão, há calor, há a corrida às praias, há as festas de natal e do fim do ano. O governo apelou ontem [28 de novembro] para que os festejos fossem feitos em espaços ao ar livre e não em espaços fechados, e fez um grande apelo à vacinação”.
No entanto, existe alguma resistência à vacina, à semelhança daquilo que acontece em outros países.
Segundo Rui Abreu o problema não se coloca na falta de vacinas. “Sei que já foram administradas cerca de 25 milhões de doses de vacina. Aliás, a África do Sul produz a própria vacina que é a da Johnson e não me parece que a falta de vacinas seja o problema. O problema será convencer alguma da população que é necessário se vacinar”, concluiu.