As remessas dos emigrantes portugueses diminuíram em 2020, ano em que o mundo foi assolado pela crise pandémica. Segundo os dados do Banco de Portugal, entre janeiro e outubro do ano passado, os emigrantes enviaram menos 55 milhões de euros para o nosso país, entre janeiro e outubro, quando comparado com o período homólogo de 2019.

emigrantes enviaram menos 55 milhões

 


A manter-se a tendência de decréscimo, no último trimestre de 2020, cujos dados ainda não estão disponíveis, este será o ano em que as remessas dos emigrantes caem pela primeira vez nos últimos 11 anos.
“Se entre janeiro e outubro de 2019, os emigrantes portugueses enviaram 3,0 mil milhões de euros para território nacional, neste período homólogo de 2020, o valor enviado foi de 2,9 mil milhões. Uma tendência que contrasta com aquela que vínhamos a assistir. Só em 2019 registou-se um crescimento das remessas dos emigrantes portugueses na ordem dos 41 milhões de euros”, disse o diretor regional das Comunidades e Cooperação Externa, Rui Abreu.
“Os especialistas apontam o dedo à pandemia”, referiu o governante, continuando: “Mas se os emigrantes da França enviaram menos 50 milhões de euros para Portugal, os da Alemanha menos 36 milhões, houve países em que se registaram subidas ao nível do envio de remessas, apesar do impacto pandémico. Foram os casos dos emigrantes da Suíça e do Reino Unido que enviaram mais 40 milhões de euros e mais 13 milhões de euros, respetivamente.”
A verdade, disse, é que o envio de remessas da comunidade migrante é muito importante. “Se Portugal é o segundo país da União Europeia que mais remessas recebe, de acordo com os dados da Eurostat, no caso da Região, o envio de remessas reveste-se de grande importância”.
“A história da emigração madeirense está intimamente ligada ao envio de valores para a Madeira. Agora muitos daqueles que regressam trazem poupanças de décadas, o que aumenta essas remessas. Há ainda os emigrantes que, mantendo-se nos países de acolhimento, atualmente, investem na Região, trazendo mais riqueza”.