As celebrações do Dia de Portugal na cidade de Pretória, tiveram a sua abertura na tarde do penúltimo domingo, 2 de Junho, em festa promovida pela Casa Socia da Madeira, em colaboração com a Casa do Benfica e o Club Sport Marítimo, desta mesma cidade, onde de salão bem decorado predominavam as cores nacionais, com o programa das celebrações pelas mesas, a par do pequeno panfleto contendo as letras dos hinos de Portugal e da África do Sul, para assim os presentes poderem acompanhar em coro as jovens artistas da comunidade Kátia da Ponte e Diana-Lee que os cantaram em paco.

ComemoracoesDiaPortugalIniciadasEmPretoria

Nestas comemorações de grande significado, marcaram presença, pela embaixada, o embaixador Manuel de Carvalho e sua esposa Joana, o conselheiro da embaixada e gerente da Secção Consular, Eduardo Rafael e a chanceler Carlota Amorim, os comendadores, de Pretória Estêvão e Manuela Rosa, e de Joanesburgo Gilberto Martins, o Frei Lameque André Michangula da igreja de Santa Maria, que ali procedeu à bênção da refeição, a conselheira da Comunidade por Pretória, Helena Rodrigues, o coordenador das celebrações Carlos Calado, as presidentes, de “Os Lusíadas” Paula de Castro, e a da Liga da Mulher Portugue-sa, Manuela Calado, o da Casa do Benfica, José Brunido que ali foi mestre-de-cerimónias, os membros directivos da ACP de Pretória, Mário Jorge, Américo Pimentel e José Rodrigues, e o presidente da Confraria do Santíssimo Sacramento da igreja de Santa Maria, António de Freitas.

No convívio usou em primeiro lugar da palavra o coordenador das celebrações, Carlos Calado, para depois de a todos saudar, começar por afirmar fazer este ano 139 anos que pela primeira vez foi comemorado a 10 de Junho o Dia de Portugal, e simultaneamente prestada homenagem ao príncipe de todos os poetas, como foi Luís Vaz de Camões, prosseguindo:

“O Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, como agora é designado, faz-nos sentir grandes, e acima de tudo transportar-nos até às memórias dos nossos grandes navegadores, que há quinhentos anos mostraram ao mundo a garra, determinação e o brio em chegar mais longe, a par de maiores empreendedores, onde tivémos a melhor escola de engenharia à data, e como país pequeno descobrimos o mundo e provado sermos grandes.

Temos hoje, como no passado, portugueses que se destacam entre os melhores do mundo nas mais distintas áreas, daí devermos sentir um orgulho sem limites nestas gerações que marcam o nosso quotidiano, dando-lhes todas as oportunidades para que possam alcançar o sucesso”.

Depois de invocar Fernando Pessoa numa pequena poesia, concluiu a sua intervenção com esta afirmação:

“Portugal tem uma história da qual nos orgulhamos, e a história não se apaga, antes pelo contrário nos faz acreditar que nunca deixaremos de ser grandes no presente e no futuro”.

Desejou depois a todos ali presentes um feliz dia que se comemorava e um forte Viva Portugal.

Dando de seguida a palavra ao presidente da Casa Social da Madeira, colectividade onde se convivia, Augusto Gil Baptista Rosa, o qual depois dos agradecimentos a todas as presenças ali naquela tarde, a começar pelas entidades oficiais, não esquecendo por outro lado o coordenador das celebrações, a Direcção que o acompanha neste mandato, e os dirigentes associativos de outras instituições que ali marcavam presença, viria na sua breve intervenção a destacar o orgulho e muita fé com que deve ser vivido o Dia de Portugal, tal como ali decorria, considerando como muito importante no presente e no futuro a língua portuguesa que devemos manter e ensinar aos nossos filhos, registando-os como portugueses e falando com eles em casa a língua que nos foi transmitida pelos nossos pais.

A concluir o seu improviso, aquele dirigente afirmou:

“É muito importante em celebrações como esta, estarmos unidos com os nossos compatriotas e amigos, seja aqui, na Madeira, nos Açores ou no Continente, e em conjunto e com dignidade celebrarmos esta importante data em que se comemora a nossa Pátria, que o mesmo é recordamos os feitos gloriosos dos nossos antepassados e em união exaltarmos a língua de Camões que devemos manter e respeitar”.

A finalizar a sua intervenção desejou umas felizes e alegres comemorações do Dia de Portugal na nossa Comunidade.

Os discursos foram encerrados pelo embaixador Manuel de Carvalho, que começando por saudar a todos com amizade e agradecer à organização o convite que lhe fora feito e a sua esposa para estarem presentes nesta celebração iniciada na Casa Social da Madeira, que aqui representa uma das mais bonitas regiões do lindo país que é Portugal, “onde a nossa língua, hoje falada praticamente no mundo inteiro define a nossa grandeza do nosso país”.

Realçando a nossa língua como elemento definidor, deu ali a propósito conhecimento do encontro realizado na se-mana transacta entre embai-xadas de países que falam a língua portuguesa, enaltecendo neste prisma as jovens cançonetistas da comunidade, Katia da Ponte e Diana-Lee, que em palco cantaram os hinos de Portugal e da África do Sul, aconselhou os pais que o ouviam a falarem português com os seus filhos, dada a importância da nossa língua em todo o mundo, des-tacando mais à frente o orgulho que como embaixador de Portugal na África do Sul tem servido esta comunidade portuguesa, que nos honra e orgulha com o seu trabalho e maneira como valoriza a ima-gem de Portugal, perante os nossos amigos sul-africanos, pedindo a propósito uma grande salva de palmas a comunidade lusa radicada neste país.

Disse a adiantar que durante os cerca de dois anos em que se encontra na África do Sul já ter estado praticamente em todas as províncias deste país, por toda a parte encontrar portugueses que lutam e se fazem à vida, que com dificuldades ou problemas vão singrando na vida e honrando o nome de Portugal, salientando em relação a carências, um aspecto que nos preocupa e a embaixada procura apoiar a comunidade, sabendo das dificuldades dos meios que as estruturas no apoio aos mais desprotegidos pela sorte enfrentam, daí já ter sido contactada recentemente a Santa Casa da Misericórdia, em Lisboa, uma grande instituição de solidariedade social, com grande capacidade técnica para gerir toda a temática de apoio social, de quem recentemente tivémos a boa notícia de que em breve irá enviar uma equipa técnica à África do Sul, para se inteirar, informar e procurar dar o melhor apoio às instituições de solidariedade social que aqui temos. acrescentou a este respeito:

“Tudo isto são provas de que a embaixada de Portugal na África do Sul procura estar próxima dos portugueses, no apoio à comunidade, sendo com grande orgulho que aqui representa Portugal, e obviamente trabalhar com os compatriotas e os nossos amigos sul-africanos”.

Finalmente pediu a todos os que naquela tarde ali conviviam para se juntarem ao seu forte grito de “Viva Portugal”.

Nesta festa de grande sentimento patriótico, onde além das individualidades que atrás referidas ali discursaram em palco, há a acrescentar a comendadora Manuela Rosa em poema intitulado “As Armas e os Barões Assinalados”, a actuação das jovens de grande talento na comunidade, e em variedades o artista madeirense João Quintino, e o rancho folclórico desta CSM, com a madrinha do agrupamento, Lídia Gonçalves na entrega de lembranças a todos os componentes, sendo por Conceição Serrão ali dado conhecimento da deslocação a 19 de Junho corrente, à Ilha da Madeira, e traçado em linhas gerais as festividades e outros locais onde o mesmo actuará, assim como local de alojamento e algumas das recepções já oferecidas no arquipélago, aos componentes deste “bailinho”.

In «O Século de Joanesburgo»